Madeira

“Objectivo é reter todos os formandos em medicina”, diz Pedro Ramos

Secretário Regional de Saúde marcou presença na primeira cerimónia da ‘Bata Branca’ da Universidade da Madeira

None
Foto Miguel Lira/SRS

Decorreu, ontem, um “momento histórico” na Universidade da Madeira, com a primeira cerimónia da ‘Bata Branca’, em que 20 alunos do Curso Ciclo Básico do Mestrado em Medicina assinalam a transição dos anos clínicos para uma nova etapa de formação, onde os futuros médicos passam a lidar com os doentes em ambiente clínico.

Esta fase de transição é muito importante, porque constitui uma primeira porta de entrada dos novos médicos no Serviço Regional de Saúde, e estes têm a particularidade especial de participar activamente na transição do Hospital Dr. Nélio Mendonça para o novo Hospital da Madeira, que cada vez mais tem uma componente universitária, e onde a ligação entre a universidade e a assistência clínica será uma realidade cada vez mais gritante.
Pedro Ramos, secretário Regional de Saúde e Protecção Civil

Segundo Pedro Ramos, o objectivo “é absorver todos os formandos, e a análise que temos feito permite ver que, dos 573 alunos que já passaram aqui pela Madeira, todos os anos entre 20% a 40% ficam connosco, porque já têm conhecimento do Sistema Regional de Saúde, e também pela qualidade do mesmo.” Qualidade que, destaca, “finalmente será reconhecida pela atribuição da Ordem de Mérito pelo Presidente da República, a 10 de Junho de 2022.”

Nesta tarde, no Campus da Penteada da Universidade da Madeira, e nesta transição de 20 alunos de medicina para uma nova etapa de formação, esteve em foco a relação médico-doente, um tema que Pedro Ramos considera da maior importância.

É um tema importante porque caracteriza a humanização do acto de saúde. A relação médico-doente não é imediata, é uma relação que se constrói com o tempo. Lembro-me que o João Lobo Antunes, um dos principais obreiros pela concretização na UMa do Ciclo Básico de Medicina, dizia que que, em 2012, o médico não tinha tempo de falar com o doente, que interrompia o doente ao fim de 18 segundos. As novas tecnologias que estão à nossa disposição poderiam perigar esta relação médico-doente, mas é preciso ver que esta nova tecnologia está na posse de ambos – médico e doente – e julgo que vai ser um bom adjuvante para cimentar e aumentar a humanização neste novo mundo da transição digital. Pedro Ramos, secretário Regional de Saúde e Protecção Civil