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Primeira volta das eleições francesas correu mal à extrema direita

FOTO CHRISTOPHE PETIT TESSON/EPA
FOTO CHRISTOPHE PETIT TESSON/EPA

As maiores figuras do partido Reconquista, incluindo Éric Zemmour, foram eliminadas nesta primeira volta das eleições legislativas, deixando o partido sem representação parlamentar, enquanto ministros de Macron passaram, alguns à tangente.

Estas eleições legislativas podem representar o fim da curta carreira política do ex-jornalista reconvertido em líder da extrema-direita, Éric Zemmour. Não só o antigo candidato ao Eliseu foi eliminado no sul de França, mas também alguns dos seus seguidores mais fiéis como Guillaume Peltier, vice-presidente do partido, ou Stanislas Rigault, líder dos da juventude do Reconquista, não vão estar na segunda volta.

Já o União Nacional vai estar em alguns duelos no dia 19 de junho, ora contra a coligação de esquerda Nova União Popular Ecologista e Social (Nupes) liderada por Jean-Luc Melénchon, ora contra a coligação Ensemble! de Emmanuel Macron. Marine Le Pen quase conseguiu uma eleição direta, mas não tendo os 25% de inscritos, mesmo com 56% dos votos totais vai ter de se apresentar na segunda volta.

Do lado das forças de Macron, 15 ministros do atual Governo apresentaram-se nesta primeira volta e todos conseguiram passar à segunda volta, mas alguns com mais dificuldades do que outros. Damien Abad, ministro da Solidariedade, acusado de violação por duas mulheres nos meios de comunicação, também se conseguiu apurar.

Em apuros está Amélie de Montchalin, ministra do Ambiente, que é candidata no departamento de Essone e teve 30% dos votos face ao candidato da Nupes, Jérôme Guedj, que teve mais de 40%. Os membros do Governo que falharem a eleição como deputados, vão ter de abandonar o executivo.

Já fora do Governo e agora também fora da Assembleia Nacional, ficou Jean-Michel Blanquer, ex-ministro da Educação que teve vários conflitos com professores, alunos e pais de alunos durante o seu mandato. O ex-governante lamentou a "radicalização" contra si, lamentando ter sido vítima de ataques na campanha, como, por exemplo, ser atingido por chantili numa ação de protesto.

Muitos dos dissidentes socialistas que se candidataram contra a Nupes foram também eliminados, incluindo Annick Taysse, apoiada por François Hollande, no círculo eleitoral em Correze, onde o antigo Presidente era eleito.

De forma a vencer na primeira volta, o vencedor tem de reunir 50% dos votos que representem pelo menos 25% dos eleitores inscritos. Quando isto não acontece, passam à segunda volta, que se realiza em 19 de junho, todos os candidatos que tenham obtido votos equivalentes a mais de 12,5% dos inscritos ou os dois candidatos mais votados.