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Açores sem registo de casos suspeitos de Monkeypox

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Os Açores ainda não identificaram casos suspeitos de infeção pelo vírus Monkeypox, mas a Direção Regional de Saúde admitiu hoje que possam vir a ser detetados e emitiu uma circular normativa com a abordagem a adotar.

"Até ao momento, que tenhamos conhecimento, ainda não há casos suspeitos na Região Autónoma dos Açores, nem casos confirmados", afirmou, em declarações à Lusa, o diretor regional da Saúde, Berto Cabral.

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) detetou, desde o início de maio, 209 casos de infeção humana pelo vírus Monkeypox em Portugal.

A maioria das infeções foi notificada em Lisboa e Vale do Tejo, mas também há registo de casos nas regiões Norte e Algarve.

Segundo o diretor regional da Saúde dos Açores, apesar de o vírus não ser tão transmissível como o SARS-CoV-2, que provoca a doença covid-19, é "natural" que possam vir a ser detetados casos de Monkeypox na região.

"Temos de olhar para esta questão com preocupação, uma vez que os casos já chegaram a Portugal, que têm vindo a aumentar em Portugal e, naturalmente, com a circulação que há das pessoas, ainda mais agora no período de verão e de férias, é natural que possa chegar à região algum caso positivo", apontou.

Berto Cabral disse que a circular normativa emitida, dirigida aos serviços de saúde e à Proteção Civil dos Açores, está "muito alinhada com a norma nacional" da Direção-Geral de Saúde (DGS) e "vai regular a forma como os cuidados de saúde na região se devem posicionar e como deve ser feita a abordagem perante casos suspeitos ou casos confirmados".

"Determina a definição do caso, como deve ser avaliado um caso suspeito, um caso provável, a abordagem que deve ser feita, perante um caso confirmado, a própria referenciação e abordagem clínica desses casos suspeitos e prováveis, a forma de notificar os casos, o próprio diagnóstico laboratorial", adiantou.

O diretor regional da Saúde considerou que "não é de esperar que aconteça uma situação da dimensão" da covid-19.

"Esta situação é bastante diferente, até porque a transmissão não se dá da mesma forma. Não é de esperar uma disseminação ao nível do que aconteceu com a covid-19, até porque também não será uma doença com manifestação respiratória, tem um lado mais visível a nível da pele e, portanto, a abordagem é completamente diferente, a transmissão é completamente diferente", explicou.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), desde o início de maio, foram confirmados mais 1.000 casos de Monkeypox em 29 países não endémicos.

Os sintomas mais comuns são febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, dor nas costas, cansaço, aumento dos gânglios linfáticos com o aparecimento progressivo de erupções que atingem a pele e as mucosas.

Segundo a DGS, as lesões cutâneas geralmente começam entre um a três dias após o início da febre e podem ser planas ou ligeiramente elevadas, com líquido claro ou amarelado, e acabam por ulcerar e formar crostas que mais tarde secam e caem.

A infeção pode ser transmitida de uma pessoa para outra através de contacto físico próximo, incluindo contacto sexual.

O contacto com vestuário pessoal, roupas de cama, atoalhados, objetos como talheres, pratos ou outros utensílios de uso pessoal contaminados também podem transmitir a infeção.