Madeira

Jerónimo de Sousa adverte para "cortes de salários e pensões"

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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, alertou hoje para os possíveis "cortes nos salários e nas pensões" dos portugueses, por via do aumento da inflação e da recusa do Governo da República em atualizar remunerações.

 "Que cada um tenha consciência de que, por exemplo, para um salário ou reforma de 800 euros, se a inflação se ficar pelos 5%, e talvez galope esse número, o corte será de 40 euros, por via da sua desvalorização real", advertiu o líder nacional dos comunistas, na sessão de encerramento do XI Congresso Regional do PCP, realizado na cidade da Horta, nos Açores.

 Segundo Jerónimo de Sousa, além da perda do poder de compra dos portugueses, está também em curso uma "espiral de especulação", em várias áreas, por via da crise financeira mundial originada pela guerra entre a Rússia e Ucrânia.

 "Em nome das sanções e a pretexto da guerra, aí está uma espiral de especulação, de novos argumentos para justificar a exploração, agravando as condições de vida, aumentando as injustiças e garantindo aos grupos económicos lucros amassados, à custa da perda do poder de compra dos trabalhadores e do povo", lamentou o secretário-geral do PCP:

 O líder nacional dos comunistas acusou também o primeiro-ministro, António Costa, de ser responsável pelo agravamento da crise em Portugal, ao não aceitar, por exemplo, a proposta do PCP, de tabelar os preços máximos dos combustíveis em Portugal.

 "Quando recusou as propostas do PCP, o PS sabia e sabe qual será o resultado: colocar as receitas fiscais a financiar os lucros das petrolíferas", frisou Jerónimo de Sousa, acrescentando que, desta forma, as empresas de combustíveis aproveitam-se para "aumentar ainda mais os preços, salvaguardando os seus lucros escandalosos".

 O secretário-geral do PCP explicou também, durante o XI Congresso Regional do partido, que o PCP é "contra a guerra" e "pela paz", criticando aqueles que, sendo também contra a guerra, entram na contradição de defenderem, ao mesmo tempo, um reforço de meios militares, para acabar com o conflito entre a Rússia e Ucrânia.

 Durante o Congresso do PCP/Açores, que decorreu no sábado e domingo na ilha do Faial, os 40 congressistas elegeram Marco Varela como coordenador regional do partido.