Madeira

Taxar trilhos e levadas motiva dúvidas

Assunto motivou reparo no ‘Primeira Mão’ de hoje

None

A problemática dos trilhos madeirenses que foram notícia esta semana esteve em destaque no ‘Primeira Mão’ desta semana, com a advogada Sara Madalena a manifestar preocupação pelo estado daqueles mais procurados pelos turistas que nos visitam, nomeadamente o do Caldeirão Verde, 25 Fontes e Cais do Sardinha.

No programa da TSF-Madeira emitido na tarde de hoje, Sara Madalena questionou a viabilidade e exequibilidade da taxação desses percursos, com base na consulta que fez a alguns "caminheiros", nomeadamente “o Ilídio Gonçalves cujo conhecimento do terreno, desinteressado e meramente recreativo deveria ser tido em conta pelos nossos governantes no sentido de encontrar alternativas que aliviassem aqueles que, não raras vezes, são deixados em mau estado não só a nível estrutural como, sobretudo, higiénico”.

“A orografia, os acessos, as condições no terreno e a respectiva fiscalização tornam improvável, senão impossível a taxação e o controle do número de utilizadores”, referiu.

Chamou, igualmente a atenção para o facto do aumento exponencial da procura ser uma mais valia para o crescimento económico pela mão das empresas turísticas que se dedicam à actividade, “mas que por isso mesmo, deverão apostar na formação dos seus agentes, mas também na sensibilização dos utilizadores para a manutenção do nosso património natural, sob pena de se tornar em meia dúzia de caminhos batidos cujo interesse se venha a esbater em breve, caso não seja cuidadosamente gerido e mantido”.

Mostrou, ainda, preocupação pela integridade física dos utilizadores dos trilhos, ou levadas, que se vê comprometida pela utilização massiva que impede o cruzamento de pessoas em segurança, por exemplo, em zonas estreitas, escorregadias e de alturas consideráveis.

Postura europeia lamentável

O politólogo Francisco Gomes optou por apontar o dedo do meio à postura europeia quanto à Ucrânia.

Passada a retórica vazia da união entre estados europeus quanto à situação na Ucrânia, cada vez mais vemos as clivagens que corroem o projecto europeu. Especificamente, o eventual processo de adesão da Ucrânia à UE está a levar ao ressurgir de duas Europas que estavam adormecidas. Por um lado, a Europa da descrença, que não acredita que a vitória da Ucrânia da guerra contra a Rússia seja um objectivo a atingir e não assume com entusiasmo a entrada daquele país de leste no clube 'exclusivo' dos estados do Velho Continente. Por outro lado, a Europa burocrática  que também estava adormecida, mas que acordou agora para se refugiar por detrás dos princípios e dos trâmites e das exigências que a Ucrânia terá de cumprir se quiser entrar na UE. A razão pela qual o faz é simples, que é o facto de não querer liderar um processo de adesão que, na verdade, não quer que aconteça. Aliás, torna-se claro que a Europa vai desaparecer muito antes da Ucrânia cumprir com todos os ridículos pré-requisitos que tem de cumprir para entrar na União”.  Francisco Gomes

Reparo aos cúmplices da “tragédia”

A investigadora Liliana Rodrigues deu ‘chapada’ aos responsáveis pela situação no Afeganistão, nomeadamente a ONU que agora diz que talibãs querem tornar as mulheres "invisíveis". “Então a ONU não se lembra de quem deixou as mulheres à mercê dos talibãs? Os Estados Unidos da América abandonaram aquela gente e o ocidente ficou a ver. Desde  o regresso dos talibãs ao poder, em Agosto de 2021, que foram impostas restrições à sociedade civil, muitas das quais visam subjugar as mulheres à sua concepção fundamentalista do Islão”,sublinha, referindo que as restrições impedem que as mulheres tenham acesso a grande parte dos empregos públicos, não possam viajar e frequentar a escola secundária.

“No início de Maio, o líder supremo dos talibãs emitiu uma ordem para que as mulheres se cubram totalmente em público, incluindo o rosto, de preferência com a burka”, lembrou, recuperando o que disse Richard Bennett numa conferência de imprensa na capital afegã, no final de uma visita de 11 dias ao País: “Todas essas medidas "descrevem um modelo de total segregação sexual e visam tornar as mulheres invisíveis na sociedade". Daí o reparo: “Tenham vergonha. Todos ficaram a ver esta tragédia, inclusive a ONU”.