Madeira

Madeirense que aliciava crianças em jogos online julgado à porta fechada

Foto Shutterstock
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Teve início, esta tarde, no Juízo Central Criminal do Funchal (Edifício 2000), o julgamento de um alegado predador sexual madeirense que utilizava grupos do Facebook relacionados com jogos online para aliciar crianças a lhe enviarem fotos de cariz pornográfico. Logo na abertura da audiência, o advogado do arguido requereu que o julgamento fosse realizado à porta fechada. O pedido foi aceite pela presidente do colectivo de juízas, Carla Meneses, dada a natureza sexual dos factos que vão ser abordados.

Tal como o DIÁRIO noticiou na edição impressa de 20 de Abril passado, o Ministério Público acusa P. Silva, um madeirense de 31 anos, da autoria de três crimes de pornografia de menores agravados. A investigação da Polícia Judiciária concluiu que, pelo menos desde Junho de 2019, o arguido visualizava, guardava e partilhava através do Facebook imagens e vídeos em que eram exibidas crianças com idades inferiores a 14 anos de idade, a serem alvo de condutas de natureza sexual com adultos. A organização norte-americana National Center for Missing and Exploited Children (NCMEC) terá registado naquela data a partilha de um vídeo de pornografia infantil, feita através da aplicação ‘Messenger’ e pelo endereço de Internet da casa da Calheta onde o arguido residia na altura.

O despacho de acusação do MP refere que, desde o ano 2017, o arguido integrou grupos de Facebook dedicados aos jogos online (‘Fortnite’ e futebol) e cujos membros tinham idades entre os 11 e os 14 anos. Em determinada altura, P. Silva assumiu perante os elementos de um dos grupos que lhes facultaria créditos e ‘skins’ (cosmética digital para personagens dos jogos) de forma gratuita se aqueles lhe enviassem imagens dos seus próprios corpos despidos. Várias crianças acederam ao pedido, algumas delas madeirenses.

Quando foi detido pela Polícia Judiciária, na manhã de 18 de Março de 2021, P. Silva tinha no seu telemóvel uma pasta designada ‘ocultos’, contendo no seu interior 206 ficheiros, entre os quais existiam fotografias de menores nus, alguns dos quais em nu integral.