A Guerra Mundo

Próximas semanas serão "muito difíceis" com chegada de refugiados à Polónia

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O vice-ministro do Interior da Polónia, Pawel Bossernaker, afirmou hoje que "as próximas semanas serão muito difíceis" devido à chegada de refugiados da Ucrânia, cujo número no país já ultrapassa 1,2 milhões de pessoas.

Numa conferência de imprensa em Varsóvia, Bossernaker explicou que "os primeiros refugiados que chegaram à Polónia tinham para onde ir, como casas de familiares e amigos".

"Entretanto, agora haverá mais e mais pessoas" que não têm a quem recorrer "e que simplesmente querem escapar da guerra", sublinhou o vice-ministro polaco.

Segundo a Guarda de Fronteira polaca, desde 24 de fevereiro, dia em que começou a invasão da Ucrânia pela Rússia, 1,2 milhões de refugiados cruzaram a fronteira polaca, dos quais 141.500 chegaram nas últimas 24 horas.

Bossernaker sublinhou que "é um dever moral ajudar os refugiados" e que os ucranianos poderão obter refúgio também "nas pequenas cidades" de toda a Polónia, uma vez que as infraestruturas de ajuda humanitária das grandes cidades já estão a ter dificuldades para atender mais pessoas e os conselhos locais e os governos regionais "também têm uma grande oferta" de assistência.

Em toda a Polónia, multiplicam-se as iniciativas de empresas privadas e cidadãos para prestar assistência aos refugiados ucranianos. Por exemplo, o Google anunciou que transformará as suas instalações em Varsóvia num centro de receção e doará mais de 20 milhões de euros em ajuda humanitária.

O Governo polaco alterou legislação para legalizar a permanência de ucranianos e dar-lhes acesso a serviços públicos, seguro médico e educação, além de permitir a criação de um fundo para ajudar as administrações locais que acolhem refugiados.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.

Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,7 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.