Desporto

Treinador José Gomes admite que Marítimo é o maior desafio da carreira

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O treinador do Marítimo, José Gomes, disse hoje que o penúltimo classificado da I Liga de futebol é o maior desafio da sua carreira e que pretende que a equipa esteja "alheada da posição" ante o Rio Ave.

"Não tenho dúvidas de que é [o maior desafio]. Não há que esconder a situação, nem é possível fazê-lo. São 13 jogos, seis pontos. Se analisarmos a qualidade das equipas que estão ali mais próximas é uma situação muito difícil, mas as razões que me levaram a aceitar são maiores que a dimensão deste desafio", afirmou o treinador oficializado pelos 'verde-rubros' na passada sexta-feira.

O técnico, de 52 anos, que regressa ao emblema insular após ter orientado a equipa na temporada 2019/20, pretende que o conjunto esteja "completamente alheado da posição em que se encontra" e que se foque em cada ação e naquilo que tem de fazer.

"Se estivermos debaixo de pressão, olhar para a tabela, digamos que já é entrar em inferioridade no jogo e não é isso que queremos", destacou o 'timoneiro' que também orientou os rioavistas, na temporada 2018/19.

Quanto à formação de Vila do Conde, sublinhou que as amizades ficam à parte, manifestando "muita vontade em vencer o jogo", apesar da organização do adversário.

"O expectável é vermos um Rio Ave dentro daquilo que tem mostrado, com um padrão de jogo muitíssimo bem definido, bem organizado, com um ataque muito rápido e com uma estrutura de três defesas bem construída", referiu.

Para contrariar os vilacondenses, José Gomes pretende que "os jogadores consigam colocar em campo aquilo que têm vindo a trabalhar e que passem a mesma energia que passaram nos treinos".

Sobre a longa paragem no campeonato à conta do Mundial2022, o sucessor de João Henriques no comando técnico do Marítimo acredita que não foi prejudicial para as equipas.

"Estou convencido que esse tempo não vai interferir em nada negativo para as duas equipas, vão se apresentar melhor", explicou o treinador que regressa ao futebol português três temporadas depois, após passagens pelos espanhóis do Almería e do Ponferradina, e dos sauditas do Al Taawon.

Quando questionado sobre se já identificou o problema na equipa, José Gomes adiantou que o "grupo não pode estar fragmentado", admitindo a necessidade de mais dois ou três reforços "para garantir condições para ir à luta contra seja quem for".

"Quando se desvia daquilo que é o todo deixamos de funcionar como equipa. A base de tudo é isso. Não vale a pena andar aqui à procura de responsáveis", disse, revelando que a redução no plantel já promove união.

No período entre a saída de João Henriques e entrada de José Gomes, o Marítimo afastou oito jogadores do plantel principal e contratou até ao momento dois reforços, René Santos e o guarda-redes Marcelo Carné, estando o avançado Léo Pereira, dos brasileiros do Atlético Goianiense, "em vias de ficar concluído", segundo o técnico.

"É possível que ainda precisemos de pelo menos mais dois jogadores e esses já serão dentro daquilo que achamos necessários", sublinhou.

Sobre a eventual saída de Joel Tagueu no 'mercado de inverno', referiu que "quando há fumo, há fogo", não descartando a possibilidade de o encontro em Vila do Conde ser o último do internacional camaronês.

"Se tiver a oportunidade, como qualquer profissional, de melhorar as suas condições e a da sua família, porque já não é um jovem, temos de perceber isso e não pensar que é pelo Marítimo estar numa situação delicada que quer sair para não ficar associado a isso", frisou o terceiro treinador dos insulares na presente temporada.

O Marítimo, 17.º e penúltimo classificado, com seis pontos, visita na sexta-feira, às 20:15, o Rio Ave, que se encontra na 10.ª posição, com 18, no jogo que abre a 14.ª jornada da I Liga.