Madeira

Santa Cruz defende entrega da gestão dos parques empresariais às autarquias

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Filipe Sousa defendeu, hoje, durante o período de antes da Ordem do Dia da reunião de câmara descentralizada, que decorreu no Santo da Serra, a entrega da gestão dos parques empresariais às autarquias como forma de pôr fim ao "descalabro" financeiro da Madeira Parques Empresariais.

O autarca tomou esta posição na sequência de notícias vindas a público no âmbito de uma auditoria do Tribunal de Contas, que coloca em causa a viabilidade financeira da Madeira Parques Empresariais, dado os fracos resultados dos parques empresariais por ela geridos.

Filipe Sousa diz que esta auditoria lhe dá razão quando defende a “necessidade urgente de eliminar por completo sectores empresariais que só servem para tachos e para garantir ordenados milionários a gestores que nada fazem em defesa do interesse público”, sublinha.

No caso do Parque Industrial da Cancela, apontou que, com a suspensão do PDM na zona, este teve a oportunidade de ouro para legalizar os terrenos e nada fez, continuando instalada em terrenos pertença do Município e prejudicando o interesse público. “E depois ainda têm lata de ir para a AMRAM pedir isenção de IMI. Ou seja, não representam qualquer mais valia e ainda querem tirar receita ao Município.”

Filipe Sousa defende, por isso, a extinção do Madeira Parques Empresariais, com os serviços a serem absorvidos pelo Governo e a gestão dos parques empresariais a ser entregue às autarquias que nisso tivessem interesse. O autarca garante que assim baixariam as rendas praticadas naqueles parques, incentivando a actividade empresarial, em vez de serem as altas rendas que hoje se praticam, "e que nem dão para pagar a administração da MPE", pois todos os anos o Governo se vê obrigado a injectar dinheiro, como o faz, aliás, nas sociedades de desenvolvimento.

Desse modo, o autarca desafia o Governo a seguir o exemplo de Santa Cruz na gestão da coisa pública, em vez de criticar a autarquia por gastar dinheiro com advogados, pois garante que, pelo menos, esses contratos são para a defesa do interesse público, ao contrário das empresas públicas que “levam rios de dinheiro sem qualquer contrapartida”. 

O edil diz mesmo que são estas gestões danosas que criam as dificuldades sentidas pelos madeirenses em áreas como a saúde e o elevado preço dos transportes. "E isto acontece porque a grande prioridade do Governo Regional tem sido garantir caprichos de clientelas políticas”, refere. 

Que haja sensibilidade do Governo para olhar para os municípios como entidades capazes de resolver o problema que são estes parques empresariais e industriais Filipe Sousa, presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz