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Marcelo defende investigação exemplar em alegada corrupção no Parlamento Europeu

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Foto Lusa

O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu hoje uma investigação exemplar no caso da alegada corrupção que envolve membros do Parlamento Europeu.

"Em matéria de corrupção não há meios-termos. Se há matéria a investigar deve-se investigar exemplarmente a todos os níveis, porque senão a corrupção alimenta a corrupção e a impunidade alimenta a impunidade", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, aos jornalistas, em Ourém, distrito de Santarém.

Para o Presidente da República, "se é ao mais alto nível ou segundo ou terceiro ou quarto ou quinto ou sexto não interessa",

"A que nível for, deve ser investigado, para depois ter consequências exemplares", declarou, considerando que "os jovens acreditam mais se sentirem que essa é uma preocupação constante na vida das comunidades políticas".

Uma investigação policial lançada pelas autoridades belgas levou à detenção de várias pessoas, entre as quais uma vice-presidente do Parlamento Europeu, a deputada grega Eva Kaili, por alegado envolvimento num caso de corrupção relacionado com subornos do Qatar para influenciar as decisões do Parlamento Europeu relativas à celebração da edição de 2022 do Mundial de futebol naquele país.

Um juiz belga decidiu no domingo acusar a vice-presidente Eva Kaili, deputada da bancada dos Socialistas Europeus (S&D), juntamente com outras três pessoas - incluindo o seu companheiro, o italiano Francesco Giorgi - pelo crime de participação em organização criminosa, branqueamento de capital e corrupção.

A investigação foi aberta pela justiça belga, por suspeitas de um lóbi ilegal do Qatar para influenciar decisões políticas do Parlamento Europeu.

Hoje mesmo, a Autoridade de Combate ao Branqueamento de Capitais grega confiscou os bens (imóveis, contas bancárias, empresas) no país detidos pela eurodeputada e pelos seus familiares mais próximos.

A apreensão dos bens de Eva Kaili e dos seus familiares mais próximos na Grécia foi ordenada pelo chefe da Autoridade de Combate ao Branqueamento de Capitais e procurador-adjunto da Supremo Tribunal grego, Jaralabos Vurliotis, com a justificação de que é possível que sejam provenientes de atividades ilegais.

O pai de Eva Kaili também está envolvido no caso, já que na sexta-feira a polícia o deteve em flagrante num hotel com um saco com 600 mil euros em dinheiro, com o qual pretendia fugir.

Segundo os meios de comunicação gregos, outros 150.000 euros foram encontrados em malas numa busca realizada na casa da eurodeputada em Bruxelas.

Os socialistas do Parlamento Europeu decidiram no sábado suspender Kaili do grupo parlamentar, enquanto as suas funções como vice-presidente foram suspensas pela presidente do Parlamento Europeu, a maltesa Roberta Metsola.