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Mais de 11.000 crianças morreram, ficaram feridas ou mutiladas na guerra no Iémen

FOTO YAHYA ARHAB/EPA
FOTO YAHYA ARHAB/EPA

Mais de 11.000 crianças morreram, ficaram feridas ou mutiladas no Iémen e outras 4.000 foram recrutadas para a guerra desde 2015, revelou hoje a Organização das Nações Unidas (ONU).

O Iémen vive desde 2014 mergulhado num conflito entre rebeldes houthis, próximos do Irão, e forças do governo, apoiadas por uma coligação militar liderada pela Arábia Saudita e que inclui os Emirados Árabes Unidos. Os houthis controlam a capital Sanaa e grandes extensões de território no norte e oeste do país.

De acordo com a agência das Nações Unidas para a defesa dos direitos das crianças - UNICEF -, a guerra no Iémen já causou 11.019 vítimas entre crianças, das quais 3.774 morreram. O balanço anterior era de 10.200 menores mortos, feridos ou mutilados.

O novo balanço abrange o período entre março de 2015 e 30 de setembro de 2022, tendo em conta apenas casos verificados pela UNICEF, o que significa que o balanço real é "provavelmente muito maior", sublinhou a organização.

Naquele período analisado, 3.995 crianças foram recrutadas para a guerra, a maioria rapazes para combaterem, e 91 meninas para estarem nos postos de controlo ou para "participar em determinados eventos", noticiou a agência France-Presse.

O conflito no Iémen eclodiu quando os rebeldes houthis ocuparam Sanaa e outras províncias do país, expulsado o presidente, Abdo Rabu Hadi, atualmente exilado na Arábia Saudita.

Desde então, a Arábia Saudita e os seus aliados árabes intervêm militarmente neste conflito para tentar derrotar os rebeldes xiitas, apoiados pelo Irão, e restituir o poder ao dirigente exilado.

Um cessar-fogo de dois meses, mediado pela Organização das Nações Unidas (ONU), entrou em vigor em 02 de abril deste ano, tendo depois sido renovado duas vezes e terminado em 02 de outubro.