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Trump questiona relato policial do assalto à residência de líder do Congresso dos EUA

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O ex-presidente norte-americano Donald Trump questionou a versão oficial do ataque a Paul Pelosi, marido de Nancy Pelosi, Presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, numa invasão à residência de ambos, no fim de semana passado.

"Coisas estranhas têm acontecido naquela casa ao longo das últimas semanas. É provavelmente melhor que não falemos sobre isso", disse Donald Trump na terça-feira, durante uma entrevista com o apresentador de rádio conservador Chris Stigall.

Na madrugada da passada sexta-feira, o agressor David DePape invadiu a casa do casal em São Francisco, no estado norte-americano da Califórnia, com uma corda, um par de luvas e fita adesiva, de acordo com o Departamento de Justiça.

Nancy Pelosi estava em Washington nesse dia, e o seu marido, que se encontrava em casa, acabou por ser a vítima. Antes de ser atacado com um martelo, sofrendo uma fratura no crânio, Paul Pelosi, 82 anos, teve tempo de ligar para o número de emergência, 911.

Trump tem repetido uma das teorias que alguns meios de comunicação conservadores e comentadores têm vindo a espalhar, de que a janela "foi partida de dentro para fora", pelo que não teria sido um roubo, mas "uma fuga".

"Tudo isto é uma loucura, mas a janela estava partida e era estranho que a polícia estivesse lá praticamente desde o momento em que tudo aconteceu", continuou Trump, mas não antes de reconhecer que embora não seja "fã de Nancy Pelosi", reconhece que o que aconteceu é "muito triste".

Desde que se soube na sexta-feira passada que a residência de Pelosi sofreu um assalto e que o marido da líder democrata foi espancado, várias figuras de direita na comunicação social questionaram a versão da polícia e lançaram as suas próprias suspeitas, incluindo que Paul Pelosi e o intruso eram amantes e tinham discutido.

"Não há absolutamente nenhuma prova de que o Sr. Pelosi conhecia este homem. De facto, as provas indicam exatamente o contrário", disse o chefe da Polícia de São Francisco, William Scott, numa entrevista à CNN.

De acordo com o procurador do distrito de São Francisco, o ataque teve motivações políticas.

O antigo presidente dos Estados Unidos não é o único que abordou o assalto com ligeireza, tendo o mais velho dos seus filhos, Donald Trump Jr, partilhado no seu perfil do Twitter uma imagem de boxers e um martelo com a legenda "Tenho o meu fato Paul Pelosi pronto para o Halloween".

Não é a primeira vez que Trump faz eco deste tipo de teorias da conspiração quando não é o próprio quem as difunde, como que lhe foram 'roubadas' as eleições presidenciais de 2020, argumento que foi utilizado por milhares dos seus seguidores para ir ao Capitólio em Washington para impedir a transferência de poder para o presidente, Joe Biden.

Outras afirmações que Trump fez, sem provas, incluem que o pai do senador republicano Ted Cruz pode ter estado envolvido no assassinato de John F. Kennedy.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, pediu ao Partido Republicano para condenar o ataque ao marido da líder da câmara de representantes, Nancy Pelosi, agredido na sua casa.

O Presidente norte-americano sublinhou a gravidade do caso, lembrando que o intruso tinha como objetivo atacar a própria líder da câmara de representantes, que é terceira figura na linha de sucessão da liderança dos Estados Unidos, a seguir à vice-Presidente, Kamala Harris.

"E vejam a resposta dos republicanos, brincando com o assunto", criticou Biden.