Madeira

"Habitação a custos controlados não serve quem mais precisa" alerta a CDU

Foto CDU
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CDU reuniu com o Instituto de Segurança Social da Madeira, IP - RAM.

A CDU reuniu, nesta tarde, com o Instituto de Segurança Social da Madeira, IP - RAM no âmbito da iniciativa 'Empobrecer', e no final deste encontro de trabalho foram apresentadas à Comunicação Social algumas notas de destaque sobre as questões que foram abordadas.

Em nome da CDU, Edgar Silva referiu que foram expostos os problemas relacionados com os novos factores de agravamento da situação social na Região Autónoma da Madeira: "A maioria dos sinais e indicadores disponíveis apontam para um aprofundamento das disparidades sociais, das desigualdades económicas e dos abismos no acesso aos bens essenciais".

De acordo com Edgar Silva, "emergem novos factores de agravamento da situação económica e de crise social. Para além daqueles que já viviam na pobreza, para além daquele 'quarto mundo', a par das vítimas da grande e da extrema pobreza, hoje, os não pobres ou os 'ainda-não-pobres' sentem novas ameaças e muito concretas. Existem novos mecanismos de exclusão social e de risco de pobreza, sobretudo, para aquelas pessoas que vivem do rendimento do seu trabalho, os micro e pequenos empresários, milhares de reformados e pensionistas, perante o actual assalto aos rendimentos através da carestia de vida e da especulação imobiliária, devido ao aumento do custo de bens e serviços básicos, com o aumento das taxas de juro, com as acrescidas dificuldades no acesso à habitação".

Para a CDU, como afirmou Edgar Silva, "a Região não está preparada, nem se está a preparar, para os impactos, em particular, no sector da habitação. Muitos dos 'ainda-não-pobres' perderão o direito à sua casa, e este será um novo factor de exclusão social para muita gente". Disse ainda Edgar Silva que "não será através da 'habitação a custos controlados' que a Região contribuirá para responder ao agravamento deste drama social. A 'habitação a custos controlados', que conta com investimento público, através de financiamentos europeus, é inacessível para quem mais precisa de uma resposta sócio - habitacional. Habitações que rondarão os 180 e os 200 mil euros não serão para quem vive a emergência social".

Nesta reunião a Segurança Social fez-se representar pela Drª Micaela Freitas e pelo Dr. André Rebelo que referiram não estar ainda a ser sentido directamente pela Segurança Social as expressões mais incisivas dos novos processos de empobrecimento. Para a Segurança Social, como tiveram oportunidade de referir, só numa outra fase posterior é que se tornarão mais sentidos estes processos.