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Governo italiano relança projecto da polémica ponte sobre Estreito de Messina

Foto Shutterstock
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O novo ministro italiano das Infraestruturas, Matteo Salvini, relançou a polémica ideia de construir uma ponte sobre o Estreito de Messina para ligar a península da Calábria à ilha da Sicília.

O projeto é estudado desde há 50 anos, mas nunca foi concretizado devido a problemas ambientais e custos financeiros avultados, de acordo com a agência de notícias EFE.

Salvini disse ontem que entrou em contacto com os presidentes da região da Calábria, Roberto Occhiuto, e da Sicília, Renato Schifani, e ambos concordaram em organizar uma reunião no ministério "para fazer um balanço da situação, com especial referência ao projeto da ponte sobre o Estreito de Messina".

Há vários dias, Salvini disse ter-se reunido com engenheiros e especialistas, já existindo um plano de custos e de prazos de execução, reafirmando a intenção de o Governo de extrema-direita liderado por Giorgia Meloni de executar o projeto.

A construção da ponte que une a região da Calábria com a cidade de Messina é uma ideia estudada desde 1971 e que Silvio Berlusconi, no seu segundo Governo (2001-2006), relançou como um de seus grandes sonhos, embora durante a legislatura não tenha lançado nem a primeira pedra.

Mais tarde, o Governo de Romano Prodi interrompeu a construção da ponte - de 3.360 metros de extensão e 5.070 metros com rampas de acesso - considerando que não era necessário.

Com uma altura acima do nível do mar de 64 metros e uma largura de 61, a infraestrutura deveria ter quatro faixas de rodagem em cada sentido de circulação, bem como duas linhas ferroviárias.

Diversas associações cívicas e de ambiente alertaram para as consequências negativas no ecossistema marinho e que na construção da ponte se poderiam infiltrar as máfias da região, a 'Ndrangheta' (Calábria)e 'Cosa Nostra' (Sicília).

A Direção de Investigação Antimáfia avisou, várias vezes, para o risco de o crime organizado se envolver no projeto.

Em 2012, o Governo de Mario Monti decidiu adiar, por dois anos, a decisão sobre a construção da ponte e, depois, anular o projeto.

O consórcio construtor a quem foi adjudicado o projeto iniciou uma batalha legal exigindo uma indemnização de 300 milhões de euros pela suspensão das obras.