Pobreza, até onde vais?

Se bem me lembro, nos finais de 2019, a imprensa portuguesa publicava em bom relevo o aumento de milionários que se registava no País.

Tudo bem. Felizmente, não pertencemos ao lote das mentes atrofiadas que lhes faz confusão ver gente rica, homens e mulheres bem-sucedidos na vida, senhores ou senhoras com notável estabilização financeira.

Desde, como é evidente, que esses proventos não advenham de atos ilícitos, de exploração ao próximo, da corrupção, da ganancia ilimitada que não olha a meios para atingirem os fins.

É certo que não é fácil criarem-se fortunas (só) do trabalho honesto, mas acredito que haja muita gente que criou o seu “pé-de-meia” sem ter de recorrer a procedimentos condenáveis.

Porém, não estamos aqui para falarmos dos ricos, mas, infelizmente, dos pobres. Cada vez são mais e as (tristes) perspetivas de futuro são tremendamente negras.

Calcula-se que, em Portugal, existam cerca de dois milhões de pobres e que em breve poderá chegar aos 4,4 milhões, como foi referido esta semana, no Dia Mundial da Pobreza.

Isto não só nos entristece, como cria em nós um estado de repulsa, de indignação, sobretudo quando nos lembramos que há pouco menos de cinco décadas fizemos uma revolução – e que nos preparamos com pompa e circunstancia para comemorar as “bodas de ouro) tendo como uma das prioridades tirar os portugueses da miséria.

Nessa época – embora muita gente ignore – o povo era pobre, mas os cofres do ESTADO estavam cheios – o que não concordamos, como é evidente – mas a verdade é que estavam cheios, tínhamos uma moeda forte relativamente a muitos outros países, nomeadamente à nossa vizinha Espanha, tínhamos muito ouro e algumas industrias bem conceituadas e outras coisas mais que não vale a pena pormenorizar.

Só que a maldita política não era a melhor e embora já houvesse algumas mudanças positivas relativamente ao tempo de Salazar, ainda estavam longe de satisfazer o povo.

Veio ABRIL e as promessas de que tudo seria diferente, inclusive, chegou-se a afirmar que os emigrantes poderiam regressar que haveria trabalho para todos!

Entretanto, espatifou-se o dinheiro existente, “derreteu-se” toneladas de ouro, e ao entrarmos na comunidade europeia, alambazamo-nos com milhões a “fundo perdido”, contraímos empréstimos – para os nossos trinetos pagar – e demos também cabo deles e construímos na mesma uma sociedade miserável, bem vista na desigualdade entre as pessoas e as famílias, apoiada na podridão social e levada aos ombros pelos inaptos e incompetentes.

Em lugar de criarmos riqueza e dividirmos pelas famílias, pelo povo em geral, achamos melhor conceder-lhes crédito e assim dar-lhes a ideia de que vivem melhor, - e até vivem - mas com as dívidas às costas que mais difíceis se tornam de pagar em cada dia que passa.

Dois milhões de pobres, a caminho dos 4,4 milhões. É obra!

Só que desta vez não é obra do fascismo, é obra do socialismo e da hipotética democracia implantada no país!

É obra das mentes iluminadas, iguais àquelas que levaram o país ao golpe de estado em 1926 e consequentemente à ditadura Salazarista.

Desta vez pode ser à ditadura putinista. Apoiantes não lhes faltam, alguns até estão em lugares onde não deviam estar e a serem pagos com o dinheiro dos nossos impostos.

Aguardemos, na esperança que Deus nos proteja, como nos protegeu logo a seguir à revolução, evitando que caíssemos no seio da criminosa ditadura da então União Soviética!

Juvenal Pereira