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A variante politicus ómicron ou ómega?

O ser humano de hoje resulta duma enorme evolução. Dizem os entendidos na matéria que o “homo” é uma espécie que, entre outros aspectos, se distinguiu dos seus antecessores pelo volume do cérebro e por ter libertado as mãos do chão. Por ter adoptado a posição vertical e ter mais matéria encefálica.

Até para a natureza, a posição vertical tem uma importância enorme. Passar da posição horizontal (as crianças que gatinham) para a posição vertical (as crianças que andam de pé) é, ainda hoje, um passo marcantemente evolutivo na vida um ser humano.

Vem esta introdução a propósito do momento actual. Teremos eleições no próximo dia 30. Vamos ter de escolher os deputados à Assembleia da República, donde sairá um governo para o país que, espero, dure quatro anos, seja geringonça ou caranguejola. Fundamental, para mim, é que sejam de homens verticais. Ética, social e profissionalmente.

A grande maioria da população vai-se desiludindo com os candidatos que vão aparecendo e que, numa primeira fase (entenda-se campanha) vão-se aproximando com abraços, beijos e promessas de uma vida feliz e melhor para o povão. Na segunda fase, retiram-se e só vão aparecer daqui a quatro anos, renovando as mesmas promessas, precedidas de uma nota introdutória “agora, sim”… Temos o “homo politicus”.

Dentro desta subespécie, há duas variantes: a ómicron e a ómega. (do grego: ómicron - fonema “o” pequeno, e, ómega “o” longo).

Na variante “homo politicus ómicron”, temos várias subespécies. A subespécie “homo memoria parva” (pouca memória), (quem disse isso?) uma memória muito pequenina que leva a que se esqueçam rapidamente das promessas. Temos ainda a subespécie “homo ambitiosus” (egoísta e ganancioso), pensando unicamente em si próprios (o que é que eu ganho com isto?). Outra ainda será a “homo ignarus”, aquele que chegou ao cargo sem saber como (E agora, o que é que eu faço?). Vai fingindo que manda, que sabe, com boa apresentação e discurso fácil…

Mas também os há “homo politicus ómega”. São estadistas. Estão na política para servir e não para se servir. Pensam no cargo público como um serviço a prestar à comunidade e empenham-se em concretizar os seus projectos, muitas vezes com sacrifício pessoal de vária ordem. Desde a esquerda à direita há referências que ficaram na história pelo mérito do seu trabalho e dedicação. Não refiro nenhum em especial, porque nem os caracteres disponíveis seriam suficientes nem a minha memória seria capaz de identificar todos.

Seremos nós, portugueses, os únicos responsáveis pelo próximo governo.

Vamos escolher os ómega! Os ómicron já são demasiados!