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Estados Unidos alertam contra "manipulação" de preços do gás na Europa

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A secretária de Energia dos Estados Unidos, Jennifer Granholm, alertou hoje contra a "manipulação" dos preços do gás na Europa através de "falhas no fornecimento de um abastecimento adequado".

"Os Estados Unidos deixaram claro que nós e os nossos parceiros devemos estar preparados para continuar a intervir quando houver agentes que possam estar a manipular a oferta para seu benefício", disse Granholm, que está de visita a Varsóvia, numa altura em que os ministros da Energia e dos Transportes da União Europeia (UE) discutem o aumento dos preços da energia.

"Queremos que todos estejam avisados sobre a questão de qualquer manipulação dos preços do gás através do entesouramento ou da falha no fornecimento de um abastecimento adequado", defendeu a secretária de Energia norte-americana.

"Estamos a levar isto muito a sério e estamos ao lado dos nossos aliados europeus para garantir que obtenham um fornecimento adequado e acessível de gás neste inverno", acrescentou Granholm.

A iminente crise de energia na Europa está a dominar a reunião informal de ministros europeus na Eslovénia e a Comissão Europeia já disse que está a "acompanhar de perto" a subida dos preços da energia e está a debater com os Estados-membros "ferramentas" para os conter.

Os preços da eletricidade, que têm subido acentuadamente durante meses na sequência dos preços globais do gás, dispararam recentemente em vários países da UE.

A subida dos preços ameaça exacerbar a pobreza de combustível em toda a UE: um estudo publicado hoje pela Confederação Europeia de Sindicatos (CES) estima que quase três milhões de trabalhadores pobres da Europa "já não poderão pagar" as suas contas de aquecimento neste outono e neste inverno.

"Precisamos de cooperação (...) a nível europeu para proteger as nossas populações em casa", sublinhou o ministro da Energia da Lituânia, Dainius Kreivys, enquanto a sua homóloga austríaca, Leonore Gewessler, denunciou a "demasiada dependência (da UE) relativamente ao gás russo".

Um grupo de cerca de 40 eurodeputados pediu à Comissão Europeia, em meados de setembro, para investigar a empresa energética Gazprom, acusando este grupo económico russo de cortar o abastecimento de gás através da Ucrânia para forçar a Alemanha a aprovar a entrada rápida em funcionamento do gasoduto Nord Stream 2, através do mar Báltico.

A Gazprom já negou qualquer manipulação do mercado.