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Barcelona recorda vítimas de atentados de 2017 em silêncio e com cravos brancos

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Barcelona homenageou hoje as vítimas dos atentados de 17 de agosto 2017, com uma cerimónia marcada pelo silêncio e pelos cravos brancos colocados por familiares e autoridades nas Ramblas, a avenida central da cidade catalã.

Sem discursos, a cerimónia decorreu junto ao memorial da avenida das Ramblas, onde foi observado um minuto de silêncio enquanto se ouvia "El Cant dels Ocells" (O Cantos dos Pássaros), uma canção tradicional catalã cuja versão de Paul Casals se tornou um autêntico hino pela paz.

Como nos anos anteriores, as vítimas e as suas famílias estavam na primeira fila e foram as primeiras a colocar as grinaldas de flores e cravos brancos ao pé do memorial em frente ao Liceu, onde parou a carrinha que atropelou a multidão nas Ramblas.

A Associação Catalã de Vítimas de Organizações Terroristas (ACVOT) divulgou um manifesto depois da cerimónia em que pediu às autoridades "mais empatia" com as vítimas, "condenadas ao esquecimento e à marginalização", segundo a agência EFE.

Entre os representantes institucionais na cerimónia estavam o presidente do governo da Catalunha, Pere Aragonês, a ministra dos Transportes, Raquel Sánchez, e a presidente da Câmara de Barcelona, Ada Colau,

Em 17 de agosto de 2017, um homem conduziu uma carrinha contra a multidão nas Ramblas, provocando 14 mortos e mais de uma centena de feridos.

O agressor fugiu num carro depois de matar o condutor e, algumas horas mais tarde, cinco cúmplices esfaquearam transeuntes na estância balnear catalã de Cambrils, a cerca de 120 quilómetros a sudoeste de Barcelona, e agrediram uma mulher até à morte.

Entre as 16 vítimas do duplo ataque, na sua maioria turistas, estavam duas portuguesas. As restantes eram de Espanha, Alemanha, Argentina, Austrália, Bélgica, Canadá, Estados Unidos e Itália.

Os ataques foram reivindicados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico (Daesh).

Os membros da célula que cometeram os ataques foram mortos pela polícia regional catalã (Mossos d'Esquadra) ou morreram na explosão de uma casa em Alcanar (200 quilómetros a sudoeste de Barcelona).

Em maio passado, a justiça espanhola condenou a penas de prisão de entre oito e 53 anos três homens acusados de terem ajudado a célula 'jihadista' responsável pelos atentados.

A data também foi assinalada pela Câmara Municipal de Cambrils com um manifesto em que apela à "harmonia, dignidade e tolerância entre as pessoas" e a uma atitude cívica para erradicar "todas as manifestações possíveis de ódio".