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Homem detido em França acusado das mortes de mulher e filha 28 anos após os crimes

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Um homem foi detido e acusado hoje pelos assassínios da mulher e filha, que também foi violada, ambas encontradas mortas e degoladas em 1993 perto de Grenoble, no sudeste de França.

O ADN de vestígios de sémen encontrados nas calças da filha, uma adolescente de 13 anos, preservados durante a investigação permitiu 28 anos depois identificar o pai -- que teria na altura um álibi forte - como o autor dos crimes.

O álibi apresentando pelo pai, uma viagem à Roménia com o seu filho no momento do crime, teria pontos fracos, concluíram os investigadores.

Em 07 de janeiro de 1993 foram encontradas em Sassenage, perto de Grenoble, os cadáveres de Michèle Chabert, de 43 anos, mulher de Marian Marinescu, e da filha do casal, Christine, mortas com vários golpes de faca no pescoço. Cada uma delas estava no seu quarto numa casa nos subúrbios.

Nos meses que se seguiram aos crimes, a investigação não encontrou pistas sólidas e apelos realizados a possíveis testemunhas do crime, incluindo uma num programa de televisão em 1995, não levaram a nenhum progresso significativo.

Desde então, a polícia "nunca desistiu de procurar a verdade", explicou durante uma conferência de imprensa o coronel Lionel James, comandante da secção de investigação da polícia militarizada (Gendarmerie) de Grenoble, encarregado da investigação desde o início.

No início de 2021, depois de mais uma releitura do arquivo pelos investigadores, o laboratório do Instituto de Investigação Criminal da Polícia Militarizada Nacional "revelou inúmeros vestígios do esperma de Marian Marinescu nas calças da sua filha Christine", detalhou à imprensa o procurador de Grenoble, Eric Vaillant.

Passados 28 anos e cinco juízes de instrução diferentes, a investigação não parou, segundo Vaillant.

"As provas foram avaliadas pelo menos cinco vezes" e, com o avanço das técnicas de laboratório, é agora possível descobrir o ADN "em traços muito mais finos", referiu o procurador.

Colocado sob custódia policial na segunda-feira e confrontado com dados "inequívocos", Marian Marinescu disse aos investigadores "que presumindo que fosse ele, não teria memória de ter cometido os factos", disse Valiant.

Agora com 72 anos, o suspeito foi acusado hoje "pelo assassínio de Michèle e pelo assassínio e violação da filha Christine" e colocado em prisão preventiva.