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Maioria das empresas não pediu apoios por não preencher requisitos

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A maioria das empresas (59%) não se candidatou a medidas de apoio à economia nos últimos três meses sobretudo por considerar que não preenchem as condições exigidas, segundo um estudo divulgado hoje pela CIP -- Confederação Empresarial de Portugal.

Este é um dos resultados do 15.º inquérito realizado no âmbito do projeto "Sinais Vitais", desenvolvido pela CIP, em parceria com o Marketing FutureCast Lab do ISCTE, que conta com uma amostra de 441 empresas, das quais 6% são grandes empresas.

De acordo com o documento, 59% das empresas inquiridas no início de maio não se candidataram a medidas de apoio nos últimos três meses e, destas, 43% não o fez por considerar que não preenchia as condições necessárias de elegibilidade.

Por outro lado, 38% das empresas não se candidataram por não necessitarem e 7% indicaram que têm ainda intenção de requerer os apoios.

Das 41% empresas que se candidataram aos apoios, 73% obtiveram aprovação e 84% destas últimas já receberam o apoio.

A grande maioria das empresas (85%) continua a considerar que os apoios públicos estão aquém ou muito aquém do que necessitam, com 15% a defenderem que as medidas estão à altura das dificuldades.

O documento mostra que 61% dos empresários e gestores de topo consideraram no início de maio que os apoios são burocráticos ou muito burocráticos, ainda assim, uma melhoria face aos 66% registados pelo barómetro no mês anterior.

Para o vice-presidente da CIP Armindo Monteiro, os dados mostram que "a vacina [contra a covi-19] ainda não chegou às empresas" e que a recuperação será rápida apenas para algumas.

"Se os apoios não chegarem em tempo oportuno, de pouco servirão", afirmou o dirigente da confederação patronal.

Além disso, 59% das empresas inquiridas consideraram que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) não terá significado para a atividade da sua empresa, com apenas 13% a considerar que pode ser significativo ou muito significativo, o que piorou face aos 17% do mês anterior.

Quanto à vendas e prestação de serviços em abril de 2021 face a abril de 2019 (antes da pandemia) verifica-se que a queda afetou sobretudo as micro empresas (51%) e as pequenas empresas (46%).

Aliás, a maioria das grandes empresas (54%) registaram um aumento das vendas e prestação de serviços em abril em termos homólogos.

As expectativas de vendas para o segundo trimestre de 2021 é negativa face ao mesmo período de 2019, com 39% a esperarem uma diminuição e 29% das empresas a esperarem um crescimento.

Quanto à evolução dos recursos humanos, 76% das empresas espera manter os postos de trabalho até ao final de junho, 14% prevê um aumento e 10% uma diminuição.

Em termos de investimento, 29% das empresas antecipam uma redução em 2021 face a 2019 e estimam que essa quebra será de 58% em média.

As que esperam conseguir aumentar o investimento (22% de empresas) esperam aumentá-lo em 34%, havendo 49% das empresas que preveem manter.

O documento revela ainda que 24% das empresas consideram que a recuperação se dará até ao final de 2021, uma melhoria face aos 10% das respostas do mês anterior.