Porque só com boa vontade não chega

Pouco se conseguiu de significativo no que diz respeito ao último acto eleitoral. Ganhou o maior partido em Portugal; A ABSTENÇÃO.+ ou - 50% se adicionar-mos os votos brancos e nulos ultrapassa essa fasquia. Os partidos mais votados continuam a se digladiar e a se declarem vencedores, quando a realidade é bem diferente. Cada vez que acontece um acto eleitoral, Portugal e os portugueses perdem em todas as frentes. Se não vejamos: sucessivamente utilizam-se os mesmos argumentos desde que se implementou um regime «democrático» e não é mera coincidência, é apenas que: os verdadeiros problemas dos portugueses já se arrastam desde então, estamos a falar de 47 anos. Construímos um regime que sucessivamente criou cidadãos à esmola dum estado que progressivamente promoveu políticos corruptos e uma (justiça) que deixa impunemente os contínuos actos de corrupção sucederem-se e que são a pior praga e a mais degradante epidemia da nação. Alguns dos desprezados e abandonados são confrontados com a situação que leva-os a desconfiar de tudo e de todos, irrevogavelmente desistiram da sua participação, a não ser aqueles que por interesses vários e nesse dia os familiares lembram-se que eles existe e quase de forma compulsória levam-nos a cumprir o dever de votar. Os que por diferentes razão são os dependentes do regime, haaa! lá esses não se esquecem, pois o seu futuro depende da sua atitude e comportamento perante o tal regime que defendem com unha e dentes. Falamos dos: subsídio-dependentes, dos caçadores de tachos, dos subservientes e os das negociatas milionárias que sustenta toda uma máquina de corrupção infernal. Alguns dizem-se fartos da classe política, outros porém dificilmente sobreviveriam sem eles. Logo os mais votados teriam de ser por força dos hábitos, os vendedores de promessas, os construtores de sonhos e os que conhecem e sabem no fundo o preço dum voto. Depois há os que não gostam de fazer parte de equipas derrotados e como no desporto é ser fanático dos vencedores pois na hora de comemorar são eles que proporcionam as alegrias, efémeras porém e toca aguentar mais 4 anos de sacrifícios, de protestos contra a própria culpa e de pagar tudo o que lhes foi oferecido ( canetas, t´shirts, bonés, cabazes, frangos e ou almoços), enfim, e tudo o prometido durante pouco mais de 10 dias. Dificilmente conseguiremos ter cidadãos verdadeiramente livres, esses continuam de consciência pesada, calados e sem confiança por um regime que os ignora totalmente pois não são levados em conta, são os relegados. É pena que mesmo tentando fazer compreender a essa franja enorme de portugueses que já não acreditam no milagre da liberdade, poderem entender que seriam eles que um dia seriam capazes de dar a volta a isto, lamentavelmente não compreendam a mensagem de quem promove a verdade, defende a justiça, insiste na equidade, e quer através da educação duma população que definitivamente terá muito que aprender no que a cultura democrática diz respeito. Enquanto tivermos a justiça a perseguir os partidos que querem mudar o rumo à democracia e essa mesma justiça patrocinar a fuga dos corruptos e tudo isso com o aval dos 50% de portugueses de costas voltadas á democracia, não sei não se Manuela Ferreira Leite teria alguma razão quando um dia afirmou que: deveriam suspender a democracia, eu não diria por 6 meses, talvez seriam necessárias 6 décadas, para repor a dignidade, a justiça, os valores da sociedade e um novo rumo para o nosso Portugal. Não vamos desistir, porque enquanto o corpo e a mente aguente que a determinação e a vontade nunca falte. Só assim poderemos ambicionar e atingir a verdadeira e autêntica LIBERDADE.

A.J. Ferreira