Carlos Pereira: o novo Nostradamus!

O “chumbo” do Orçamento de Estado para 2022 proporcionou as leituras políticas mais diversas, com cada interlocutor a dar largas à imaginação sobre os próximos cenários possíveis, procurando antecipar os próximos tempos. Uns com maior otimismo, outros, porém, a anunciar o “fim do mundo”. Um desses negativistas foi o ainda deputado do PS/Madeira na Assembleia da República, Carlos Pereira.

Ao ouvir o deputado Carlos Pereira na rádio – a dizer que com o “chumbo” deste orçamento, já não vai haver aumentos das pensões, nem a gratuitidade das creches, nem mais isto, nem mais aquilo… – fiquei a pensar que o “mundo vai acabar”. Qual hecatombe? Qual tufão ou ciclone político, que nos vai conduzir às portas do inferno (perdoem-me a heresia).

Na verdade, o conteúdo desta declaração só pode ser entendido como um tiro de partida para a campanha eleitoral para as próximas eleições legislativas, no próprio dia em que o orçamento foi “chumbado”.

Mas, mais do que dramatizar o chumbo deste orçamento, amedrontando as pessoas com o fim do mundo, importava que o senhor deputado explicasse que este orçamento foi “chumbado” porque se quebrou o “cimento-cola” (pelos vistos de má qualidade) que ligava o PS à extrema esquerda e ao caduco Partido Comunista, espécie rara na Europa.

Esta “geringonça” dos milagres, como o PS procura agora fazer crer, é a mesma que aumentou a carga fiscal sobre os portugueses, é aquela que ainda não regulamentou o subsídio social de mobilidade aérea para os portugueses das ilhas, obrigando a que estes continuem a ter de adiantar a totalidade do custo dos bilhetes de avião entre os aeroportos nacionais. É a mesma “geringonça” que subtraiu 15 milhões à Madeira no orçamento que apresentou agora, apesar de termos sido uma das regiões mais penalizadas pela pandemia.

É a mesma “geringonça milagreira” que continua a empapelar com o apoio ao novo hospital, dizendo que nos vai ajudar com 50%, mas que nunca se chega à frente para pagar. Para não falar no ferry, nos subsistemas de saúde da GNR e da PSP. Uma vergonha! Gente sem palavra! Gente sem sentido de Estado!

Para mim e, com toda a certeza, para muitos madeirenses e portossantenses, este governo da República já devia ter ido há muito tempo, pelo menos, desde que começou a ficar refém da extrema esquerda, que colocou sempre a ambição política à frente dos verdadeiros interesses dos portugueses, sejam do continente, sejam dos Açores ou da Madeira.

Vão mas é embora que já se faz tarde. Nós vamos ficar descansados, porque o mundo não vai acabar. E, nas próximas legislativas, o povo saberá, com toda a certeza, dar a resposta adequada a esta esquerda sem conserto.

Inácio Silva