Madeira

Autárquicas, Orçamento do Estado e TAP marcam ‘Debate da Semana’

O programa 'Debate da Semana' da TSF-Madeira, moderado por Leonel de Freitas, regressou esta semana após o interregno de Verão, com Antonio Trindade, Miguel Sousa e Ricardo Vieira como convidados

A chamada da presidente executiva da TAP ao Parlamento da Madeira foi um dos temas em debate neste primeiro ‘Debate da Semana’ de Outubro de 2021.

Quanto aos efeitos práticos deste contacto, os comentadores da TSF-Madeira consideram que esta “não vai resolver nada”, porque conforme sublinha Miguel Sousa, os preços da TAP são “uma questão política”.

António Trindade entende que “o maior problema está no subsídio de mobilidade”, que “tem de ser revisto”.

Na opinião de Ricardo Vieira, o estatuto de ultraperiferia da RAM devia dar cobertura a um controlo dos preços. “O sistema misto de mercado livre e a pretensão de serviço público exigida pela Madeira não resulta”, sustenta o comentador.

O ‘rescaldo’ das eleições do passado dia 27 de Setembro também mereceram destaque no programa desta sexta-feira, com reposição na manhã deste sábado (16 de Outubro).

Para Miguel de Sousa, o novo quadro político depois das autárquicas revela “um PSD hegemónico”. Considera, aliás, que “o CDS acabará por integrar o PSD”. Os resultados eleitorais ditaram uma “oposição fraca”, contata ainda o comentador.

Nesta sequência Ricardo Vieira antevê uma coligação pré-eleitoral para as eleições regionais.

Por seu turno, António Trindade diz não perceber o “abandono” de Paulo Cafôfo, quando Miguel Silva Gouveia teve 40% dos votos. Cafôfo “acompanhou pouco Miguel Gouveia”, que foi “penalizado por constituir uma equipa demasiado técnica”, refere o empresário hoteleiro.

Trindade questiona ainda de onde saíram os cerca de 5 mil votos do Chega e da Iniciativa Liberal. “Provavelmente o CDS foi o mais prejudicado com a entrada destes novos partidos”, observa.

O Orçamento de Estado ´o tema que ‘fecha’ este debate.

“[Costa] foi buscar este problema quando, não tendo ganho as eleições, foi pedir ao Partido Comunista e ao Bloca de Esquerda apoio para ser primeiro-ministro”, diz Miguel de Sousa a propósito da crise política anunciada em torno do OE2022. No entender do comentador, o primeiro-ministro vê-se em ‘apuros’ porque “quer viabilizar os orçamentos com a esquerda, mas fazendo um Orçamento que não é de esquerda”, pois sabe que seguir ‘a via do PCP “teria consequências políticas bastante graves”. Miguel de Sousa vai mais longe e diz mesmo que Costa arrisca-se a perder as próximas eleições.

Mais optimista, Ricardo Vieira acha que “vai acabar por haver entendimento, não por medidas orçamentais, mas por medidas políticas”. O Governo “vai acabar por ceder” às exigências do PCP, nomeadamente “vai acabar a caducidade das convenções escritas nos contratos colectivos de trabalho, que é uma guerra antiga do Partido Comunista”, em troca de um voto favorável.

O ex-deputado centrista é da opinião que Marcelo Rebelo de Sousa “não está interessado em eleições já”. “Para o ano se calhar…”, alvitra. “Este deve ser o último Orçamento aprovado. Para o ano já penso que o Orçamento já não é aprovado e vamos para Eleições Legislativas [em 2023]”.

“Em derradeira alternativa o PSD viabiliza o Orçamento”, acrescenta, uma posição que é partilhada por António Trindade.

Sobre a redução de verbas para a Madeira, “são as consequências da fórmula que foi aceite” e “foram o PSD e o CDS que fizeram essa fórmula”, atira Miguel de Sousa, para quem a única solução é “rever a Lei das Finanças Regionais”.

Já António Trindade alerta para a importância de nos focarmos nas questões essenciais para a Madeira:

Há dois grandes problemas que a Madeira tem: um é o hospital e outro são as ligações e a infra-estrutura aeroportuária (…) Este é um ponto que é permanentemente esquecido e que é tão determinante na nossa afirmação.