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Governo retomará "todas as medidas" se a pandemia voltar a afectar a economia

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O ministro de Estado e das Finanças, João Leão, assegurou hoje que o Governo não hesitará em retomar "todas as medidas" de apoio implementadas durante a pandemia caso esta volte a afetar a atividade económica em 2022.

"Para o próximo ano, nós estamos disponíveis, e estabelecemos o compromisso - e o compromisso também está no Orçamento do Estado - que caso a pandemia volte a condicionar a atividade económica, não hesitaremos em retomar todas as medidas de apoio que aplicámos este ano", disse João Leão na conferência de imprensa de apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2022, que decorreu hoje no Salão Nobre do Ministério das Finanças, em Lisboa.

Frisando que o Governo não prevê que a pandemia impacte a economia no próximo ano, João Leão reiterou que o executivo "estaria sempre disponível" a "lançar mão dos apoios que tanto sucesso demonstraram ter este ano", particularmente no mercado de trabalho.

O ministro salientou ainda que no caso de se materializarem "riscos de novas variantes que possam colocar em causa a recuperação", Portugal "é dos países que está melhor preparado para essa situação, porque Portugal tem 85% da sua população vacinada", sendo o mais avançado do mundo nesse aspeto.

"Os países do leste da Europa estão mais vulneráveis porque têm taxas de vacinação muito mais baixas do que Portugal. Estão mais vulneráveis não só a novas variantes, mas a novas vagas da pandemia", salientou João Leão.

Porém, o ministro reconheceu que "há sempre o risco de uma nova variante que seja mais resistente à própria vacinação", mas "esse não é o cenário central que está a ser desenhado por Portugal e pelas instituições internacionais para o próximo ano".

O Governo entregou na segunda-feira à noite, na Assembleia da República, a proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE22), que prevê que a economia portuguesa cresça 4,8% em 2021 e 5,5% em 2022.

No documento, o executivo estima que o défice das contas públicas nacionais deverá ficar nos 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 e descer para os 3,2% em 2022, prevendo também que a taxa de desemprego portuguesa descerá para os 6,5% no próximo ano, "atingindo o valor mais baixo desde 2003".

A dívida pública deverá atingir os 122,8% do PIB em 2022, face à estimativa de 126,9% para este ano.

O primeiro processo de debate parlamentar do OE2022 decorre entre 22 e 27 de outubro, dia em que será feita a votação, na generalidade. A votação final global está agendada para 25 de novembro, na Assembleia da República, em Lisboa.