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Número de mortos em naufrágio de embarcação na Venezuela subiu para 23

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O número oficial de mortos num naufrágio entre a Venezuela e Trinidad e Tobago subiu hoje para 23, anunciou fonte oficial venezuelana.

"Até hoje, a soma das vítimas chega a 23 mortos e, até ao momento, foram identificados 21 cadáveres que foram entregues aos seus familiares, com profundo pesar", lê-se num comunicado divulgado pela ministra das Relações Interiores venezuelana, Carmen Teresa Meléndez Rivas.

O naufrágio da embarcação ocorreu a 63 milhas náuticas da localidade venezuelana de Güiria, 670 quilómetros a leste de Caracas.

No comunicado, a ministra precisa que "foram detidos dois cidadãos, um deles o proprietário da embarcação, que tem antecedentes criminais pelos crimes de tráfico de drogas e tráfico ilícito de pessoas, e o proprietário da propriedade de onde saiu o barco".

"Os organismos de segurança do Estado continuam os trabalhos ininterruptos de busca e salvamento de mais possíveis vítimas. O Executivo Nacional, perante a existência de máfias que traficam com as necessidades das pessoas humildes deste setor, formou uma Comissão Especial para reforçar a investigação que permita a localização e detenção de todos os responsáveis ??por este trágico acidente", acrescenta a governante.

O comunicado diz ainda que está também sob investigação "a participação de porta-vozes do extremismo venezuelano na geração de angústia que utilizaram esta tragédia humana como dispositivo mediático com propósitos macabros e perversos, causando mais dor a quem já padece os efeitos do cruel bloqueio criminoso (dos EUA) promovido pelos que buscam crédito político por este trágico e estranho acidente".

No passado domingo, a advogada e defensora dos Direitos Humanos venezuelana, Rocio San Miguel, denunciou que 19 pessoas morreram afogadas quando tentavam fugir da Venezuela para Trinidad e Tobago numa embarcação que naufragou.

A embarcação, que teria partido desde Güiria no domingo, 06 de dezembro, estava desaparecida desde há três dias.

O comissário que representa a oposição na Organização de Estados Americanos (OEA), David Smolansky, denunciou que a pequena embarcação havia chegado a Trinidad e Tobago mas foi impedida de atracar, tendo naufragado no regresso à Venezuela.

"Fugiram do regime (venezuelano) e Trinidad e Tobago violou o princípio de não devolução", num ato de "crueldade pura", escreveu Smolansky na sua conta na rede social Twitter.

O primeiro ministro de Trinidad e Tobago, Keith Rowley, disse aos jornalistas que a Guarda Costeira local nunca viu nem interagiu com as vítimas e insistiu que a única forma de entrar na ilha é com um visto.

Por outro lado, pediu que não se alentem os venezuelanos a arriscar a vida em travessias entre os dois países.

Em 13 de dezembro as autoridades venezuelanas confirmaram a morte de 14 pessoas no naufrágio, prevendo que na embarcação viajavam 30 pessoas.

No passado dia 01 de dezembro, a OEA alertou, através de um relatório, que os venezuelanos estavam de novo a emigrar e que "o fecho das fronteiras durante a emergência da covid-19 e o aprofundamento da crise na Venezuela" os levava a cruzar trilhas irregulares e rotas marítimas perigosas para fugir do país.

Segundo a OEA "é cada vez mais frequente os venezuelanos arriscarem a vida fugindo desesperadamente por mar em embarcações pequenas" para as ilhas das Caraíbas.

Em 22 de novembro a OEA foi alertada "sobre a deportação e posterior desaparecimento por 48 horas de um grupo de 29 venezuelanos, incluindo 16 menores, pelas autoridades de Trinidad e Tobago".

Em 28 de novembro de 2020, Caracas "coordenou com o Governo de Trinidad e Tobago a deportação de 160 venezuelanos".

A imprensa venezuelana da conta de que em 2019 mais de 140 venezuelanos teriam desaparecido, em pequenas embarcações, quando tentavam chegar à vizinha Trinidad e Tobago.

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