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As quedas de impérios

A queda do império romano foi um processo que levou cerca de um século a se concretizar. O século II d.C, marca o seu auge, com uma extensão territorial que ultrapassou os 5 milhões de quilómetros quadrados. Nessa altura, o Mar Mediterrâneo era um “mar romano”, isto é, estava rodeado pelo império romano.

No entanto, após atingir o auge, os excessos levados a cabo pela degradação dos costumes e uma devassidão da moralidade a que os poderosos de então se dedicaram, corroeu a classe alta da sociedade e, em pouco tempo, o império romano foi ruindo e desmoronou-se como um baralho de cartas.

Igual sucedeu com Portugal, com o período áureo dos descobrimentos. Portugal foi um país rico, em comparação com os outros países europeus. Os nossos reis da altura, no entanto, preocuparam-se em pavonear o esbanjamento das riquezas originárias de longínquas paragens, resultantes do comércio das especiarias, pedras preciosas e ouro descarregados no porto de Lisboa.

Hoje, os exibicionismos são outros. E bem assim, o resultado da degradação dos valores manifestam-se doutras formas.

Estou a pensar na novela que está a decorrer nos EUA. Nunca simpatizei com o Trump, devo dizer. E muitos menos com os seus exibicionismos baratos e egoístas. Ao ponto de publicitar as suas decisões presidenciais através das redes sociais. E, ainda mais grave, de demitir os elementos da sua entourage, quadros políticos, técnicos e científicos, quando estiveram em desacordo com o seu pensamento. Pois, ele, Trump, senhor do mundo centralizado no seu umbigo, não deveria pagar impostos e a ciência teria de se submeter ao seu pensamento.

Para cúmulo da sua bestialidade, o Presidente da “democracia” americana põe em causa o resultado dumas eleições cujo formato é igual ao que o elegeu. As eleições só serão válidas se ele for eleito! Democracia Trampalhada!

Cá por casa, o governo dos Açores, resultante de acordo parlamentar, veio legitimar e legalizar a geringonça nacional. Isto é, muitos dos que, em 2015, ergueram as vozes para condenar o governo que resultou de acordo parlamentar das esquerdas, hoje, acham bem o governo das direitas, nos Açores. A legalidade é a mesma. Apenas tenho a acrescentar que, estou curioso para saber por que razão, não foi previamente convidado o partido vencedor a formar governo, tal como aconteceu, nessa altura, em Lisboa, em que o PSD apresentou um programa de governo que foi rejeitado e, só depois, é que surge a “geringonça”.

Esperemos que o mundo ocidental olhe para a História e pondere que os populismos baratuchos, desregrados, das promessas fáceis apenas levam às quedas com as consequências a sobrarem para os mesmos.

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