O psiquiatra Luís Filipe Fernandes coloca o ‘dedo’ na ferida e questiona de que forma serão financiadas as medidas de apoio ao envelhecimento.

Por outro lado, defende um “investimento, mais precoce, na saúde mental para o envelhecimento”.

“Quem é que me ensinou a envelhecer melhor?”, questiona, dizendo que “esquecemo-nos de ensinar aos nossos jovens que eles também vão ficar velhos”.

É, no seu entender, uma questão cultural: “Não há o culto de preservar. Pensa-se no hoje, não no amanhã”, logo não se pensa no envelhecimento.

Em particular na área da saúde mental, refere que “é frequente as pessoas procurarem a ajuda médica quando já não é possível fazer nada” e que “os próprios médicos muitas vezes também não estão despertos para estas questões”.

Lembra também que, em termos de medidas políticas, os "custos para investir em quem tem demência são muito maiores e têm de ser suportados".

O doutor Luís Filipe dirigiu ainda uma palavra aos cuidadores informais, que "têm sido muito pouco reconhecidos" pela "angustia, cansaço e disponibilidade" que a missão de cuidar de alguém acarreta.

Recorde-se que as conferências ‘Pensar o Futuro’ estão de volta, esta terça-feira, dia 20 de Outubro, para debater o tema: ‘3.ª Idade ou Golden Age - Modelos e Soluções de Futuro’. O evento organizado pelo DIÁRIO, com o apoio da NOS Madeira, Socicorreia e Santander Totta, realiza-se no Hotel Savoy Palace. O debate tem com cinco oradores convidados: João Vasconcelos e Sá, engenheiro e director da Dilectus; Eduardo Lemos, director da Casa de Saúde São João de Deus; Clara Araújo, médica; Luís Filipe Fernandes, psiquiatra; e Sofia Canha, deputada e pertencente à 5.ª Comissão de Saúde e Assuntos Sociais. A moderação cabe ao director do DIÁRIO, Ricardo Miguel Oliveira.

Pode acompanhar a conferência em directo nos canais digitais do DIÁRIO (dnoticias.pt, Youtube e Facebook), assim como no canal cabo NOS 700.