Madeira

“Com as tecnologias, a nossa condição ultraperiférica é menos uma ameaça e mais uma oportunidade”

Secretário regional da Economia, Rui Barreto, lembra que a Madeira já tem empresas tecnológicas a “exportar conhecimento”

Foto DR/SRE
Foto DR/SRE

“A nossa condição insular e ultraperiférica tem nas novas tecnologias e, também, nas soluções digitais, uma forma de a mitigar ou minimizar, uma condição geográfica que é permanente, será ao longo dos anos imutável, mas que, de facto, encontra aqui não uma ameaça mas oportunidade de desenvolvimento tecnológico”, disse esta tarde o secretário regional da Economia, Rui Barreto, na sessão de abertura da iniciativa ‘Building the Future’, que decorre na ACIF-CCIM.

O evento é organizado em várias partes do país (Lisboa, Madeira, Açores, Porto, Aveiro, Leiria, Castelo Branco e Évora) em simultâneo e que conta com uma mensagem do ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, reúne dezenas de empresários na sede da Associação Comercial e Industrial do Funchal - Câmara de Comércio e Indústria da Madeira.

Na sua intervenção, Rui Barreto frisou ainda que o enorme potencial de exportação desta indústria tecnológica, na qual a Madeira é representada por empresas que “exportam conhecimento”, e que mostram que é possível ser feito a partir da Região. “Se há áreas onde, de facto, não constitui uma limitação para o crescimento, o desenvolvimento e a exportação, são estas”, acredita, lembrando que o Governo Regional tem estado empenhado em acompanhar o desenvolvimento digital. Um dos investimentos mais importantes é, efectivamente, o do cabo submarino que vai ligar a América do Sul à Europa passando pela Madeira e os Açores, que constituirá um incentivo a estas empresas nesta área específica, mas para todas as empresas regionais na redução dos custos de contexto e, obviamente, das comunicações de dados”, aponta.

Rui Barreto referiu ainda que “vivemos um tempo em que é preciso mais informação”, acrescentando que é preciso “mais e melhor formação”. E acrescentou: “Estamos na Era do conhecimento e da vanguarda. Obviamente que, hoje, o conhecimento não se adquire apenas e só nas Universidades, no Ensino Superior e no Ensino Profissional, mas muito em particular nas empresas, que investem no conhecimento, nos seus recursos e que, ligadas a organizações transnacionais, podem produzir conhecimento para criar e melhorar valor que sejam úteis para as organizações.”

Lembra que a “região pode dar cartas em áreas em que já há excelência, como o Turismo, o Vinho Madeira, também no Bordado onde se tem criado inovação e processos de digitalização, na Economia do Mar ou, se quisermos, em enormíssimas oportunidades na área ambiental ou na economia circular. O grande desafio do futuro é a transformação digital e, julgo que, no próximo quadro comunitário de apoio, uma das áreas onde incidirá grande parte dos incentivos passará por essa transformação”, reforça.

A concluir, exemplificou os passos que o Governo tem dado para fazer da Madeira “uma terra propícia para negócios” e “se crie um bom ambiente de negócios”, nomeadamente com a mais baixa taxa de IRC (11,9%) do país para as pequenas e médias empresas, estamos a fazer para reduzir os custos de contexto, como referi há pouco sobre o cabo submarino, estamos a fazer caminho para reduzir cada vez mais os constrangimentos de uma ilha nos custos dos transportes, seja na importação seja nas exportações, e queremos, num horizonte de médio prazo, projectar uma tendência de redução progressiva, gradual mas segura, da carga fiscal e utilizar os incentivos correctos para apoiar as empresas”, lembrando que para isso foi criado o Conselho Consultivo da Economia, que terá como consultora executiva Cristina Pedra, ex-presidente da ACIF-CCIM.