Maduro convida UE e ONU para observação das legislativas deste ano
O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pediu hoje ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que convide a União Europeia (UE) e a ONU para observarem as eleições legislativas previstas para este ano, mas excluindo a Organização de Estados Americanos (OEA).
“Que a União Europeia, o secretário-geral da ONU, a União Africana e todas as organizações sejam amplamente convidadas (...) para ver como o povo da Venezuela, um povo livre, elege a sua nova Assembleia Nacional (AN, parlamento)”, indicou Maduro durante a apresentação do seu balanço do ano de 2019.
Na lista de possíveis convidados, Nicolás Maduro mencionou a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que agrupa toda a América, com exceção dos Estados Unidos e do Canadá, mas excluiu enfaticamente a OEA e o seu secretário-geral, o uruguaio Luis Almagro.
“O que não entrará neste país é Luis Almagro; bandido e lixo da história. Nem a OEA nem Luis Almagro entram mais neste país”, realçou Maduro, que provocou aplausos dos presentes no palácio legislativo, todos seus apoiantes.
Diplomatas e jornalistas, que também assistiram à sessão, não se manifestaram.
O Presidente venezuelano disse que concordou que o CNE, presidido por autoridades próximas do seu Governo, “prepare as mais amplas garantias, mais do que aquelas que já tiveram” até agora para as próximas eleições.
Uma dessas garantias, salientou Maduro, é uma política de “portas abertas ao acompanhamento internacional”.
“Que neste ano de 2020 haja eleições para eleger uma nova Assembleia Nacional e o povo decida este conflito com a sua consciência, com a sua vontade política”, acrescentou.
A Venezuela, país que conta com cerca de 32 milhões de habitantes e com uma significativa comunidade de portugueses e de lusodescendentes, enfrenta um clima de grande instabilidade política, situação que se soma a uma grave crise económica e social.
Em janeiro de 2019, Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional - onde a oposição é maioritária -, autoproclamou-se Presidente interino, questionando e desafiando a legitimidade de Nicolás Maduro.