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Eleita dos EUA Rashida Tlaib recusa entrar em Israel devido a “condições opressivas”

FOTO Reuters
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A congressista democrata norte-americana de origem palestiniana Rashida Tlaib anunciou hoje que renuncia a visitar a avó, na Cisjordânia ocupada, devido às “condições opressivas” impostas segundo ela por Israel, cujas “políticas racistas” criticou na rede social Twitter.

“Decidi que visitar a minha avó sob estas condições opressivas vai contra tudo em que acredito: combater o racismo, a opressão e a injustiça”, escreveu Tlaib.

Antes, Israel tinha decidido autorizar a entrada da congressista “para uma visita humanitária à sua avó”, que vive na aldeia de Beit Ur al-Fauqa, perto de Ramallah, depois de na quinta-feira lhe ter recusado e a outra congressista o acesso ao território ocupado devido ao seu apoio ao movimento de boicote internacional ao Estado hebreu.

Na Câmara dos Representantes desde janeiro de 2019, Rashida Tlaib, 43 anos, é a primeira congressista norte-americana de origem palestiniana, assim como uma das duas primeiras mulheres muçulmanas eleitas para aquele órgão.

“Quando ganhei isso deu esperança aos palestinianos de que alguém diria finalmente a verdade sobre as condições desumanas. Não posso permitir ao Estado de Israel extinguir esta chama humilhando-me e utilizar o meu amor pela minha avó para me submeter às suas políticas opressivas e racistas”, adianta no Twitter.

A avó de Tlaib tem 90 anos e a congressista considerou que esta poderia ser a “última oportunidade de a visitar”, na carta escrita às autoridades israelitas após a recusa de Israel na quinta-feira de autorizar a sua entrada e a de Ilham Omar, a outra mulher muçulmana eleita para a Câmara dos Representantes, a câmara baixa do Congresso dos Estados Unidos. Ambas pertencem à ala esquerda do Partido Democrata.

Omar e Tlaib manifestaram publicamente apoio ao chamado movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções), promovido por palestinianos e que apela para um boicote económico, cultural e científico a Israel em protesto contra a ocupação dos territórios palestinianos.

Em 2017, Israel aprovou uma lei para proibir a entrada no seu território de militantes do BDS, que denuncia como antissemita, acusação refutada pelos defensores do movimento de boicote.

As visitas de delegações de representantes e senadores dos Estados Unidos a Israel são frequentes e a decisão de proibir a sua visita não tem precedente, segundo a agência Associated Press.