Madeira

“É muito difícil perspectivar o que é que vai ser o mundo daqui a 10 15 anos”

Miguel Albuquerque no encerramento do V Encontro Municipal de Junventude

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Contrariamente aos “sintomas que nós temos hoje quando olhamos para as parangonas dos jornais” e julgamos “que as coisas estão muito piores, estamos à beira de uma catástrofe, isto é tudo uma desgraça, a sociedade está disfuncional”, é inegável que vivemos melhores relativamente aos nossos pais e avós. A convicção foi manifestada esta tarde na Calheta pelo presidente do Governo Regional no encerramento do V Encontro Municipal de Juventude, com Miguel Albuquerque a constatar que “todos os indicadores evoluíram positivamente” nas últimas décadas.

“Nunca como agora o mundo teve tanta paz. Nunca como agora houve tão pouca violência no mundo. Nunca como agora as pessoas viveram tanto tempo e tão confortavelmente. Nunca como agora a mortalidade infantil foi tão baixa. Nunca como agora o acesso à Cultura, à informação foi tão difundida, ou seja, nós vivemos tempos que na verdade as novas gerações têm acesso inclusivamente aos direitos”, reforçou.

Perante cerca de duas centenas de jovens, admitiu que “vivemos uma nova realidade” onde “é muito difícil perspectivar o que é que vai ser o mundo daqui a 10 15 anos”.

Na opinião do líder madeirense, “os grandes desafios do Mundo hoje estão a ser disputados no domínio não dos recursos – que é sempre importante - mas no domínio das novas tecnologias, o chamado 5G, a Internet das coisas”, afirmou. Albuquerque não tem dúvidas que “a grande disputa hoje é no domínio digital”. O que não significa “necessariamente um mundo pior” por reconhecer que “a tecnologia em si não é má”. “A tecnologia tem sido fundamental para ao longo destes anos termos melhorado a nossa qualidade de vida e no futuro poderá continuar a ser e vai continuar a ser com certeza fundamental para melhorarmos a nossa qualidade de vida”, reiterou.

“Mas é preciso muito cuidado com aquele mundo que nós vamos viver no futuro”, avisou. “Qual será esse mundo? Quem é que vai controlar quem? Quem é que no fundo vai decidir aquilo que nós queremos para o futuro?”, questões que inquietam e que fazem deste futuro imediato “um desafio muito importante para as novas gerações”, sustentou.

Numa era onde a manipulação também ganha terreno, Albuquerque exortou os jovens a apostarem na formação.

“Uma das fórmulas que nós temos para criar uma sociedade resistente à manipulação é termos pessoas bem formadas” em tecnologia e em línguas, “mas simultaneamente é muito importante as novas gerações estarem informadas e terem acesso aos estudos humanísticos”, por considerar “essenciais para teremos pessoas com sentido crítico, com capacidade de discernimento e com capacidade de análise”, concretizou.