Madeira

Há 29 anos o CDS admitia coligação com o PS e Jardim ‘batia’ no Ministro da República

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A edição do Diário de Notícias de 23 de Julho de 1990 tinha uma primeira página em que os assuntos da política dominavam. Desde logo o ataque do presidente do governo ao Ministro da República, em resposta a afirmações de Lino Miguel que chamara a si os méritos de algumas conquistas da Região junto do poder central.

Em Santana, durante o ‘24 Horas a Bailar’, Jardim disse que 2é contra os princípios e a ética apropriar-se do trabalho dos outros”.

Quase em simultâneo, no Porto Moniz, nas cerimónias do Dia do Concelho, o vice-presidente do governo, Miguel de Sousa, mandava vários recados a Lisboa.

No entanto, a posição mais curiosa era a do líder do CDS, Ricardo Vieira. Nos Prazeres, num comício dos 14º aniversário do partido, assumiu que uma coligação, como PS, nas eleições regionais de 1992 estava em cima da mesa.

Perante uma plateia de militantes que não viam com bons olhos a aproximação à esquerda, Ricardo Vieira e Romano Caldeira fizeram intervenções em que procuraram convencer o partido das vantagens de um acordo com os socialistas. Algo que o CDS já tinha testado nas autárquicas.

“Se for preciso, para correr com as pessoas que estão a gerir mal a Madeira e a entregar a Madeira a meia dúzia de pessoas sem escrúpulos, se for preciso, vamos pensar em concorrer com o PS”, prometeu Ricardo Vieira.

Dois anos mais tarde o CDS iria concorrer sozinho. O PSD voltaria a conquistar uma maioria absoluta (56,9% e 39 deputados), com o PS a ficar pelor 22,5% (12 deputados) e o CDS nos 8% (dois deputados). Os restantes deputados foram para a UDP (2), PCP (1) e PSN (1).