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Cruz Vermelha indica 400.000 pessoas desalojadas no centro de Moçambique

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A Cruz Vermelha Internacional indicou que pelo menos 400.000 pessoas estão desalojadas em consequência do ciclone Idai, que devastou o centro de Moçambique, considerando que se trata da “pior crise humanitária no país”.

O responsável pelas respostas da Cruz Vermelha Internacional na região da Beira, a mais afetada na província de Sofala, revelou que o total de desalojados resultou de vários levantamentos realizados pela organização até hoje.

“A escala de sofrimento e perda não está ainda clara. Esperamos que o número de pessoas afetadas, assim como o de mortes, possa crescer”, disse Jamie LeSueur.

O elemento da Cruz Vermelha Internacional afirmou que “este é a pior crise humanitária da história recente de Moçambique”, uma “catástrofe humanitária para as pessoas do centro” do país.

Jamie LeSueur notou que “grande parte da Beira está destruída, vilas e cidades inteiras estão completamente inundadas, e muitas famílias perderam tudo”.

A Cruz Vermelha Internacional e a Cruz Vermelha de Moçambique lançaram hoje um apelo de emergência de dez milhões de francos suíços (8,8 milhões de euros) para apoiar cerca de 75.000 das pessoas mais afetadas no centro de Moçambique.

As equipas da Cruz Vermelha na Beira estão a distribuir material de abrigo às famílias afetadas na Beira e suprimentos adicionais para pelo menos 3.000 famílias estão a ser transportados em navio da Plataforma de Intervenção Regional do Oceano Índico da Cruz Vermelha Francesa da ilha da Reunião.

Voluntários da Cruz Vermelha na Beira também estão a distribuir cloro para que as pessoas possam purificar a água.

LeSueur advertiu que “as doenças transmitidas pela água podem aumentar no rescaldo de um desastre como este devido à contaminação do suprimento de água e à interrupção do tratamento usual da água”, acrescentando que “surtos de gastroenterite viral, hepatite, cólera e outras doenças podem ocorrer”.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que o ciclone poderá ter provocado mais de mil mortos em Moçambique, estando confirmados atualmente mais de 200 mortos.

Mais de 1,5 milhões de pessoas foram afetadas pela tempestade que, além de Moçambique, atingiu mais países africanos, Zimbabué e Maláui.

O Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.

Estimativas iniciais do Governo de Maputo apontam para 600 mil pessoas afetadas, incluindo 260 mil crianças.

No Zimbabué, as autoridades contabilizaram pelo menos 82 mortos e 217 desaparecidos, bem como cerca de 1.600 casas e oito mil pessoas afetadas no distrito de Chimanimani, em Manicaland.

No Maláui, as estimativas do Governo apontam para pelo menos 56 mortos e 577 feridos, com mais de 920 mil pessoas afetadas nos 14 distritos atingidos pelo ciclone, incluindo 460 mil crianças.