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Portugal quer atrair jovens investigadores europeus

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O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, realçou hoje o esforço que o país está a fazer para atrair jovens investigadores, através do desenvolvimento das carreiras e melhoria das condições de contratação.

“O desenvolvimento das carreiras, juntamente com um quadro dinâmico e muito competitivo de contratação inicial que vá de três a seis anos e que deve estar sempre em evolução face àquilo que é o contexto europeu, de forma a que possamos ter melhor capacidade de atracção de jovens investigadores e com isso rejuvenescer os nossos corpos de docentes e de investigadores, é o desafio para a próxima década”, disse o governante durante a sessão de abertura da segunda sessão da convenção do Ensino Superior, organizada pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), que se realiza na Universidade de Aveiro.

Manuel Heitor referiu ainda que nos últimos três anos, o número de estudantes internacionais em Portugal aumentou cerca de 48%, adiantando que esse processo “tem que ser reforçado através da articulação entre a actividade de ensino e investigação, em todas as áreas do conhecimento”.

O mesmo deve acontecer com a contratação de investigadores e docentes de outras origens, uma prática que, segundo o governante, já está “bem endogeneizada” em algumas escolas.

Manuel Heitor notou ainda que 2018 “foi o melhor ano da participação portuguesa nos programas europeus”, tendo atraído mais de 150 milhões de euros de financiamento.

“Estes números dão-nos a ambição de fazer mais e de conseguir no próximo Quadro duplicar a participação portuguesa”, disse, realçando que é necessário “profissionalizar os sistemas de relacionamento com a Europa, articular os vários mecanismos de financiamento nacionais e comunitários e simplificar esses processos”.

Na mesma sessão, o presidente do Centro de Investigação de Políticas de Ensino Superior (CIPES) da Universidade do Porto, Pedro Teixeira, defendeu uma maior ligação entre instituições de ensino superior e instituições de investigação e desenvolvimento.

“Teremos um ensino superior melhor e mais relevante se pudermos aproximar as nossas práticas pedagógicas e os nossos conteúdos daquilo que é a cultura científica e da investigação”, apontou.

A mesma opinião foi partilhada por Pedro Dominguinhos, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, que defendeu ainda a abertura do financiamento na investigação a outros atores “não tradicionais”.

“Se olharmos para o financiamento em termos de investigação, vemos que ele está concentrado num número relativamente reduzido de atores. Portanto, precisamos de incluir outros atores do sistema científico, das instituições de ensino superior, para haver essa escalada do ponto de vista de financiamento”, defendeu, considerando que esta questão é “algo crucial” para os Politécnicos, que, nos últimos anos, apostaram numa qualificação “muito grande” no corpo docente.

O presidente do CRUP, António Fontainhas Fernandes, também defendeu uma aposta na investigação e na transferência de conhecimento, considerando que “é importante que Portugal corrija esta trajetória aumentando a percentagem de investimento do Produto Interno Bruto em relação à Europa”.

O segundo encontro da Convenção do Ensino Superior dedicado ao tema “Investigação, Inovação e Ensino: os desafios para 2030”, decorre durante todo o dia na Universidade de Aveiro.

A Convenção, que se irá desenvolver ao longo de seis sessões, vai terminar com a apresentação de uma nova estratégia para o ensino superior e a ciência para a próxima década.