Foi (é ) apenas um sonho...

Cedo comecei a sonhar e a ter pena da minha Terra. Aprendi,através dos livros que “devorei”que havia outras, onde cidadãos de pleno direito, integravam uma sociedade próspera e organizada,com condições favoráveis à sua realização pessoal e profissional. E “sonhei” que também isso pudesse ser possível na Terra onde nasci. Donde não fosse necessário sair em busca de uma vida melhor; de que não fosse necessário apartarem-se as famílias por uma emigração forçada, sinónimo de sofrimento e lágrimas. E os anos passaram. Muitos. Durante algum tempo tive a ilusão que o meu sonho,ou parte dele,se concretizaria. Ingenuidade minha. Entre a realidade e o sonho havia (há) um fosso quase intransponível. Foi, pois, um breve entusiasmo.O mundo assistiu a tantas transformações. A evolução tecnológica acontece à velocidade da luz. Só o meu sonho permanece inalterável.

Sofro quando vejo no meu país, endividado até aos olhos,governantes a fingir que tudo se resolve. Veja-se o estado caótico da Saúde e da Educação, pedras basilares da sociedade.

Com a minha idade já não acalento a esperança de que o meu “sonho” se concretize.Espero (e quero) que os jovens de hoje e os que se seguirem também sonhem e tenham a oportunidade de viver numa Terra e num país de que se orgulhem.Que nos perdoem pelo pesado fardo que lhes deixaremos.Se puderem.

Não há sonhos impossíveis. Mas há sempre uns que ficam por realizar...

Madalena Castro