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ANA diz que solução para pista rápida permitirá “melhoria operacional” do aeroporto

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A ANA - Aeroportos de Portugal disse hoje à Lusa que, “independentemente da taxa de utilização” da pista rápida 03 pela TAP, a solução permitirá “uma redução global do tempo médio de ocupação da pista” e “uma melhoria operacional”.

A gestora de aeroportos anunciou, em 19 de novembro, que a partir de 06 de janeiro começam obras para a criação de duas saídas rápidas de pista no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, o que implica o encerramento da infraestrutura entre as 23:30 e as 05:30 até ao final de junho.

Em declarações à Lusa, o chief operating officer (COO) da TAP, Ramiro Sequeira, admitiu que a companhia tem “algumas reservas” sobre a obra que vai começar, nomeadamente quanto à pista 03.

A pista principal do Aeroporto Humberto Delgado é conhecida na aeronáutica como pista 03/21.

“Para a pista 21 conceptualmente estamos ‘ok’, para a pista 03 identificámos que o desenho não era ótimo”, afirmou Ramiro Sequeira.

Questionada pela Lusa, fonte oficial da ANA disse hoje que “o traçado desta pista rápida (03) foi ajustado de forma a permitir uma saída mais prolongada da pista, conforme desejo da TAP, numa segunda fase da obra, potenciando assim um maior uso por parte das aeronaves que compõem a frota da TAP”.

A mesma fonte acrescentou que, “independentemente da taxa de utilização desta saída rápida pela TAP, a solução adotada permitirá uma redução global do tempo médio de ocupação da pista (’average runway occupancy time’) e, consequentemente, uma melhoria operacional do aeroporto”.

Ramiro Sequeira tinha explicado que “o desenho apresentado pela ANA não corresponde, na ótica da TAP e das entidades externas a quem foi pedido um parecer, ao aumento de eficiência pretendido e possível para a pista mais usada no aeroporto de Lisboa”.

“Há também um fator de complexidade, devido ao ‘layout’ [desenho] das novas saídas, que é adicionado às operações diárias no aeroporto e que merece também o desagrado da TAP”, acrescentou.

O administrador da TAP disse ainda que a empresa alegou que não a vai “usar como vai ser usada e construída, mas poderá haver companhias que a utilizem”, justificando que a não ser usada é por questões técnicas, que têm a ver com a configuração dos aviões (os da TAP são mais pesados, maiores do que os usados por outras companhias).

Por sua vez, fonte oficial da ANA referiu que “tem recolhido ‘feedback’ positivo de outras companhias aéreas relevantes na operação do aeroporto de Lisboa, que pretendem utilizar a saída rápida proposta, deixando confiança na obtenção de uma taxa de utilização da saída rápida de pista suficiente para serem observadas melhorias operacionais relevantes”.

A gestora do aeroporto Humberto Delgado confirma que “o plano mestre de desenvolvimento conta com uma segunda fase que consiste num prolongamento da saída rápida e sua conexão com um segundo ‘taxiway’ [pista] paralelo à pista”.

A fonte oficial da ANA acrescentou que a realização da fase 02 “está condicionada à relocalização de infraestruturas e á utilização de um terreno que faz atualmente parte da zona militar do Aeródromo de Trânsito 1, gerido pela Força Aérea Portuguesa”.

Esta segunda fase “permitirá aumentar a velocidade de saída da pista e uma travagem mais progressiva das aeronaves”, disse.

Em 19 de novembro, aquando do anúncio das obras, a gestora dos aeroportos portugueses afirmou que vai iniciar estes trabalhos “com vista à melhoria da eficiência da operação, obtendo maior fluidez na circulação dos aviões, redução dos percursos e das emissões de CO2”.

A Vinci, dona da ANA, revelou em 11 de outubro que o aeroporto de Lisboa serviu, pela primeira vez, mais de 30 milhões de passageiros em 12 meses.