A política na escola!

- Terminada que está a aula sobre a política, estou à disposição dos meninos e meninas que queiram colocar alguma questão ou esclarecer alguma dúvida.

- Sr. Professor, eu gostava que me esclarecesse algo, por favor.

- Muito bem. Que dúvida é que tens?

- Eu tenho um primo que vive no estrangeiro, num País, lá numa Região, que desde algumas décadas o governo não muda de mãos. Para este “fenómeno” há alguma explicação?

-Claro que existem diversas explicações, uma das quais, tem a ver com países submetidos a regimes ditatoriais. Aí nada a fazer, pois trata-se de bandos de oportunistas que se apoderam eternamente do Poder.

Só que isso também acontece- e o povo padece- nas chamadas democracias/ socialismos, onde também se pode passar a vida no Poder com a família e os amigos.

- Mas, Sr. Professor, nesse regime, que eu saiba, permite-se votar, por que razão é que o povo não quer mudar?

- A principal razão tem a ver com a mediocridade da OPOSIÇÃO, o que leva a maioria do povo à abstenção.

- Sr. Professor, há dias na televisão, um senhor que acho que era doutor e político dizia que as pessoas não votavam por comodismo.

-Pois, meu menino, isso é o que eles dizem, digamos, para disfarçar, porque sabem que a maioria dos que não votam são aqueles que não acreditam nos que governam, mas também não confiam nos que pretendem governar.

- Obrigado, Sr. Professor, como é bom termos quem nos saiba explicar.

- Vocês, meninos, não sabem mas vão ficar a saber. Aquando um acto eleitoral os que nessa altura estão no PODER, têm – por várias razões – mais vantagens para vencer, de modo que é exigido ao partido principal opositor, ter na sua presidência uma figura (senhora ou senhor) cuja idoneidade seja reconhecida pela maioria dos eleitores. Isso não acontecendo já o partido entra na luta perdendo. E então se o candidato escolhido for de duvidosa personalidade o “caldo” está entornado.

- Entendido. Antigamente eram os partidos que “faziam” as pessoas, hoje são as pessoas que “fazem” os partidos.

- Salvo alguns casos – não são assim tantos- que levam partidos ao PODER quase por obra do Divino Espirito Santo.

- Sr. Professor, o meu primo disse-me uma melhor. Que há lá gente que diz que o povo devia mudar nem que fosse para pior. Qual é a sua opinião, Professor?

- Por vezes são palavras da hora que saem “pela boca fora”. Outras vezes são de “idealistas” que estão bem de vida. Têm bons ordenados ou reformas avantajadas, negócios bem-sucedidos, alguns que lhes permitem fugirem ao fisco, a família bem instalada e sabem que mesmo que as coisas piorem vão sentir muito pouco ou quase nada.

Uma pessoa que está mal quer mudar para ver a sua vida melhorada, se pede para ir para pior é que tem a cabeça desequilibrada. Os idealismos ou caprichos não levam o pão à mesa nem dos pais, nem dos filhos.

-Obrigado, Sr. Professor, hoje fiquei muito a saber e já amanhã vou ligar ao meu primo e tudo isso vou-lhe dizer.