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Exumação de Francisco Franco já começou no Vale dos Caídos

Foto Reuters
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A exumação de Francisco Franco, que dirigiu Espanha com mão de ferro até à sua morte em 1975, começou hoje de manhã no mausoléu do Vale dos Caídos, anunciou o Governo espanhol.

“O processo de exumação do túmulo de Francisco Franco começou”, anunciaram os serviços do presidente do governo, Pedro Sánchez.

Os trabalhos começaram minutos depois da hora inicialmente prevista, 10:30 (09:30 em Lisboa).

Os familiares de Franco, na maioria netos e bisnetos, chegaram mais cedo ao Vale dos Caídos em três miniautocarros para assistirem à exumação dos restos do ditador, que vão ser trasladados para o cemitério Mingorrubio-El Pardo.

Autoridades que representam o governo estão presentes no local, onde se encontram os 22 familiares de Francisco Franco (1892-1975).

Durante a exumação vão estar dois netos de Franco, José Cristobal e Merry Matínez-Brodiú, sendo que depois os restantes familiares se vão juntar numa cerimónia religiosa.

Mais tarde, quatro membros da família de Franco vão transportar o caixão até ao carro funerário.

Francis Martínez-Bordiú, um outro neto, vai acompanhar o caixão que vai ser transportado de helicóptero para o cemitério de Mingorrubio.

No Vale dos Caídos, monumento construído pela ditadura em homenagem aos nacionalistas tombados na Guerra Civil de Espanha (1936-1939), encontra-se a ministra da Justiça do governo, em funções, Dolores Delgado.

A ministra vai exercer as funções de notária do Reino de Espanha durante a exumação dos restos mortais do ditador.

No local encontram-se também o secretário-geral da presidência do governo, Félix Bolaños, e o subsecretário da presidência, António Hidalgo.

Na Basílica não estão autorizadas câmaras de televisão e no adro só podem aceder os profissionais da televisão pública TVE assim como da agência de notícias oficial EFE.

Pedro Sánchez fez da exumação de Franco uma prioridade desde a sua chegada ao poder em junho de 2018, com o objetivo de evitar que o mausoléu onde está sepultado, que não tem equivalente em qualquer outro país da Europa ocidental, possa continuar a ser “lugar de apologia” do franquismo.

Prometida para o verão de 2018, a exumação foi adiada mais de um ano devido a recursos sucessivos na justiça por parte dos descendentes do ditador.