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Milhares de pessoas no Peru protestam contra corrupçção no sistema judiciário

Foto REUTERS/Mariana Bazo
Foto REUTERS/Mariana Bazo

Milhares de peruanos participaram na quinta-feira em marchas de protesto contra a corrupção no sistema judiciário, pedindo a demissão de juízes e funcionários descobertos em atos ilícitos, cujo escândalo já provocou a renúncia do ministro da Justiça.

As manifestações começaram na cidade de Iquitos, no leste do país, onde os manifestantes bloquearam as ruas e entraram em confronto com a polícia.

Na cidade de Cusco, nas terras altas do sul do país, estudantes tentaram queimar um fantoche de um rato gigante na sede do poder judiciário, mas a ação foi impedida pelas autoridades.

Em outras cidades, os manifestantes, incluindo grupos universitários, associações profissionais e trabalhadores exigiram a demissão de juízes e conselheiros descobertos num suposto tráfico de influências, suborno e patrocínio ilegal.

A maior marcha foi mobilizado em Lima, onde o Coordenador Nacional de Direitos Humanos e a Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru convocaram milhares de pessoas de diferentes partes da capital para a praça central de San Martin.

A polícia usou gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes, que permaneceram em torno do Palácio Legislativo, onde vai ser votado hoje um pedido de demissão dos membros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) envolvidos no escândalo.

O presidente peruano, Martín Vizcarra, disse aos ‘media’ que espera que o Congresso tome a decisão de demitir todos os membros do CNM.

“Todo aqueles que têm responsabilidades neste caso de corrupção devem renunciar”, disse Vizcarra.

O presidente expressou seu apoio aos manifestantes e pediu que os protestos se realizem pacificamente e dentro da lei.

O escândalo de corrupção tornou-se público na semana passada com a publicação de uma série de escutas telefónicas que revelaram uma extensa rede de tráfico de influência, suborno e prevaricação ao mais alto nível do sistema judiciário, incluindo altos magistrados, empresários e políticos.