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Mais de 300 condenados à morte no Iraque por pertença ao grupo Estado Islâmico

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Mais de 300 pessoas, entre as quais uma centena de estrangeiros, foram condenados à morte no Iraque e muito outros a prisão perpétua por pertencerem ao grupo extremista Estado Islâmico, indicou hoje fonte judicial.

Dois tribunais julgam os casos de terrorismo no Iraque, um em Tel Keif, perto de Mossul (norte) -- antiga “capital” iraquiana do “califado” do Estado Islâmico -- e outro em Bagdad, onde o tribunal criminal central se ocupa nomeadamente dos estrangeiros e das mulheres.

Em Bagdad, desde janeiro foram condenados à morte 103 cidadãos estrangeiros, entre os quais seis turcas esta quarta-feira, enquanto 185 foram condenados à prisão perpétua, 15 a três anos de prisão e um a um ano de prisão, segundo uma fonte judicial.

Das mulheres, a maioria das condenadas são turcas ou originárias das antigas repúblicas da União Soviética. Uma alemã também foi condenada à pena capital e uma francesa à prisão perpétua.

Em Tel Keif, “foram julgadas 815 pessoas e pronunciadas 212 penas de morte e 150 penas de prisão perpétua”, indica num comunicado o porta-voz do Conselho Supremo da Magistratura, o juiz Abdel Sattar Bayragdar.

Além disso, “341 pessoas foram condenadas a penas de prisão e 112 libertadas por não ter sido provada a sua culpabilidade”.

O Ministério da Justiça anunciou na segunda-feira que 11 pessoas condenadas por “terrorismo” tinham sido enforcadas no Iraque, o quarto país com mais execuções no mundo, segundo a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW).

“Estas execuções seguem-se a processos com falhas ao nível dos procedimentos, nomeadamente condenações baseadas unicamente em confissões obtidas sob tortura”, acusou Belkis Wille, investigadora da HRW no Iraque.

“A má gestão dos processos de (membros do) Estado Islâmico não priva apenas as vítimas de uma verdadeira justiça, mas representa o risco de condenar à morte iraquianos inocentes”, adiantou.