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Suspeito do ataque em Estrasburgo foi referenciado por radicalização em 2016

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O presumível autor do ataque de terça-feira à noite num mercado de Natal, em Estrasburgo, no leste da França, tem 29 anos, cadastro criminal e foi referenciado por radicalização em 2016.

Mais de 600 policias continuam hoje mobilizados para localizar e capturar o homem, identificado como sendo Chérif C., nascido em Estrasburgo, em 1989, e que foi referenciado pelos serviços de informações franceses em 2016, depois de ter passado pela cadeia entre 2013 e 2015.

Durante o período em que esteve preso atraiu a atenção das autoridades por causa de atos de violência, radicalização da prática religiosa e proselitismo.

Na terça-feira, cerca das 19:00 horas atirou, com uma arma automática, sobre várias pessoas, num mercado de Natal, no centro de Estrasburgo, causando vários mortos e feridos.

O homem, que continua a monte, ainda terá sido ferido pelas forças de segurança antes de fugir.

Segundo explicou hoje o secretário de Estado do Interior, Laurent Nuñez, em declarações a uma rádio francesa, o suspeito foi “seriamente vigiado” após a saída da cadeia, em finais de 2015.

No cadastro criminal conta com uma vintena de condenações por delitos comuns (violência, roubo, vandalismo) em França e na Alemanha, onde também cumpriu pena, segundo fontes citadas pela agência France Presse.

No entanto, sublinhou Laurent Nuñez, “este radicalizado nunca foi conhecido por delitos ligados ao terrorismo”, desmentindo que o homem tenha tentado viajar para a Síria.

O responsável pediu prudência quanto à motivação terrorista do suspeito, adiantando que “por agora não está estabelecida”, ainda que a investigação esteja a cargo do departamento antiterrorista do Ministério Público de Paris.

Na cadeia, segundo o secretário de Estado, o homem “incitava à prática religiosa radical, mas nada permitiu detetar uma passagem à prática na sua vida quotidiana”.

O homem era já procurado antes do ataque de terça-feira no âmbito de um crime de assalto à mão armada com tentativa de homicídio em agosto de 2018.

No âmbito deste caso deveria ter sido interrogado, na terça-feira de manhã, pela polícia e por funcionários da Direção Geral da Segurança Interior, mas o homem não se encontrava em casa, de onde foram recolhidas uma pistola e uma granada.

O Governo francês elevou o nível de alerta no país para “emergência por atentado”, com um reforço de controlo nas fronteiras, aumento de segurança nos mercados de Natal e mobilização de meios envolvidos no dispositivo antiterrorismo.

Após várias correções, o mais recente balanço do ataque dá conta de dois mortos e 14 feridos no ataque.