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Bugigangas e I(nteligência) A(rtificial)

Trouxeram para Portugal a Web Summit. Muito bem. Os portugueses adoram estas coisas, adoram dizer que são os melhores do mundo e arredores, e para isso pagam milhões

Ora bem, bugigangas, bagatelas, quinquilharias, parecem ser o que de mais há nos tempos que correm.

Há quem lhes atribua outros nomes (ou há quem lhes nomeie outros atributos) como meias verdades, inverdades (por que carga de água não se utiliza o termo mentiras?), banha de cobra e sei lá mais o quê, mas o que nos querem enfiar pelos olhos dentro, disfarçadas de riquezas, não passam de bugigangas.

A começar pelo Eu estou contra!, mas voto a favor!

Esta tem sido uma constante no mundo actual, mas que já vem de longe, de muito longe como diria José Mário Branco por alturas peri-PREC.

Já nos idos anos 80 Álvaro Cunhal “mandou” (pois, não mandava, recomendava!) os militantes do PCP votarem em Mário Soares sugerindo-lhes que tapassem os olhos mas pusessem a cruzinha nele porque o papão Freitas do Amaral trazia o fascismo de volta.

Bagatelas!

Eu estou contra!, mas volto a favor!

E assim tem sido, como ficou expresso na rábula dos Gato Fedorento imitando Marcelo Rebelo de Sousa (esse mesmo) falando acerca do aborto:

- Mas não é proibido?

- É, mas pode-se fazer.

- E o que é que me acontece?

- Nada!

E assim tem sido!

E por falar no ex-comentador (e actual, sei lá), ele teceu alguns comentários muito semelhantes sobre acontecimentos próximos no tempo, como, por ex., no caso de Tancos:

- Desapareceram armas em Tancos!

- É, mas depois apareceram.

- Mas alguém sabia!

- Pois, mas eu não sabia.

- Mas parece que o Governo sabia!

- É, mas eu não sabia.

- Mas não é proibido?

- É, mas eu não sabia que o governo sabia, o PM disse-me que não sabia e se ele diz que não sabia é porque não sabia e assim também eu não sabia!

Quinquilharias!

O petróleo sobe, sobem os combustíveis. Está certo.

O petróleo desce, sobem os combustíveis. Está certo.

Bugigangas!

Trouxeram para Portugal a Web Summit. Muito bem. Os portugueses adoram estas coisas, adoram dizer que são os melhores do mundo e arredores, e para isso pagam milhões. Desde que seja para aparecer, que assim seja. Portugal e algumas empresas portuguesas injectam milhões de euros nos cofres dos organizadores em troca de algumas bugigangas.

Falou-se, e muito, de Inteligência Artificial e de como esta artificialidade poderá governar o mundo dentro de alguns anos.

Somos nós, humanos criadores, a ser ultrapassados pelas criaturas.

Mas, vistas as ocorrências recentes em quase todos os campos de actuação humana, quando o dom de ubiquidade de um deputado dá direito a um insulto a todas as mulheres que ainda preservam a sua virgindade, vindo ainda por cima de uma mulher que, presumo, já não a conserva e, principalmente, ao “sou contra mas voto a favor” muito utilizado pelas bandas comunistas e bloquistas, que venha, que venha a Inteligência Artificial!

Venha, e depressa, pois a Inteligência Natural está para a humanidade como a água está para a Terra: é um bem que escasseia depressa e que, se não cuidamos, de reposição muito difícil!

Vamos ser, criadores, ultrapassados pelas criaturas, mas, vendo o estado a que chegou a Inteligência Natural, bem que precisamos de um empurrãozinho a ver se ainda vamos a tempo de, colectivamante, recuperar.

Benvinda Inteligência Artificial, porque:

RIP Inteligência Natural!