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Marcelo enaltece instituições e famílias que apoiam artistas com deficiência intelectual

Presidente da República participou no lançamento dos prémios do 15.º Concurso Nacional de Obras de Expressão Plástica de Pessoas com Deficiência Intelectual (CRIDEM)

Foto MANUEL FERNANDO ARAÙJO/LUSA
Foto MANUEL FERNANDO ARAÙJO/LUSA

O Presidente da República enalteceu hoje o trabalho realizado pelas instituições de solidariedade social, numa iniciativa ligada às artes, na qual cumprimentou, conversou e tirou as tradicionais fotografias com dezenas de artistas com deficiência intelectual.

Marcelo Rebelo de Sousa, que participava, no Porto, no lançamento dos prémios do 15.º Concurso Nacional de Obras de Expressão Plástica de Pessoas com Deficiência Intelectual (CRIDEM), emocionou os presentes ao saudar as instituições, os artistas e os familiares, admitindo que tem preferidos enquanto Presidente da República.

“Como Presidente de todos os portugueses, há portugueses de quem eu gosto um bocadinho mais do que outros e, entre esses portugueses de quem gosto um bocadinho mais, estão os artistas de hoje, as famílias dos artistas de hoje e as instituições de solidariedade social que conseguiram pôr de pé este CRIDEM”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

Antes, o chefe de Estado já tinha percorrido a exposição e comentado quase peça a peça as 205 obras expostas, enquanto distribuía beijinhos e abraços e tirava as tradicionais ‘selfies’.

“Vocês são muito talentosos”, foi dizendo a alguns artistas pelos quais passava, ora diante de um quadro ou de uma peça de cerâmica, entre estatuetas e trabalhos com tecido ou jornal.

O CRIDEM é promovido pela Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM), com o apoio da Fundação Montepio e da Fundação Manuel António da Mota.

Este ano concorreram 68 instituições de todo o país e foram cinco as categorias do concurso: pintura, desenho, escultura, têxteis e tapeçaria, entre outras expressões plásticas.

Depois de inaugurada no Porto, a exposição irá para Lisboa, para a Fundação Montepio até 30 de novembro e, depois, será itinerante pelo país.

No seu discurso, Marcelo Rebelo de Sousa contou que na infância conviveu com famílias com pessoas com deficiência que viviam em condições difíceis, comentando que graças à mãe, que era assistente social e se especializou no Instituto Aurélio da Costa Ferreira, em Lisboa, foi percebendo essa área e que existiam pessoas que “não eram compreendidas”.

“Quando eu era muito novinho, a minha mãe levava-me com ela porque depois da escola não tinha onde me deixar e eu pude contactar com esta realidade. Não havia CRIDEM, nem concursos destes, nem fundações que apoiavam iniciativas destas. Só havia artistas desconhecidos e famílias que viviam intensamente a vida desses artistas, mas muitas vezes não eram compreendidas”, contou Marcelo Rebelo de Sousa.

Antes, já tinha pedido “fortes aplausos” para os artistas, as instituições, as fundações que apoiam e, “muito importante”, disse, “um aplauso para as famílias”.

“Eu não gostava de ser membro deste júri, não porque não fosse maravilhoso, mas porque não gostava de ter de classificar estas obras. Eu por mim dava 150 prémios. Estão todos de parabéns”, disse Marcelo Rebelo de Sousa que entregou aos “Prémios Especiais do Júri”, três galardões que se destacaram de uma lista com dezenas de galardoados.

Já pela APPACDM do Porto, Teresa Guimarães, referiu que o objetivo deste concurso é “promover a integração das pessoas com deficiência intelectual através da arte” de forma a encontrar “um espaço de inclusão, partilha e aprendizagem” e continuar a “sonhar com uma sociedade inclusiva”.

Ainda esta noite, o Presidente da República vai participar no jantar comemorativo dos 110 Anos da Demarcação da Região dos Vinhos Verdes, no Palácio da Bolsa, também no Porto.

De manhã, o chefe de Estado esteve na inauguração das obras de requalificação e conservação da Escola Básica e Secundária de Celorico de Basto.