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Marcelo abandonou discurso escrito e deixou falar os afectos no Hospital da Luz

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O Presidente da República deixou hoje “falar os afetos” na cerimónia do 10.º aniversário do Hospital de Luz, em Lisboa, sublinhando que o fundamental neste tipo de instituições é “o toque humano” que dá sentido à excelência científica.

“Tinha um discurso escrito, mas como tenho a fama do Presidente dos afetos, vou deixar falar os afetos”, disse o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, perante sorrisos de uma plateia formada por trabalhadores da unidade de saúde, acionistas, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, e o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado

Na sua intervenção, o Presidente da República enalteceu a presença de capital luso-chinês na unidade, mas centrou as suas palavras no tempo que passou “enquanto cidadão” no Hospital da Luz, dizendo pertencer “afetivamente um bocadinho a esta comunidade”.

“Eu, o cidadão Marcelo Rebelo de Sousa, em rigor nunca fui voluntário, que tal exige formação, sistematização, regularidade, mas fiz um quase voluntariado que me permitiu compreender o fundamental neste tipo de instituições: o toque humano, a essência humana, que completa e dá sentido à excelência científica, tecnológica e académica”, declarou.

“É por uma razão de afetos que aqui estamos, é por uma razão de afetos que aqui estaremos daqui a dez anos”, acrescentou.

Já o presidente da Câmara de Lisboa sustentou que as populações que querem viver e visitar uma cidade “aberta e cosmopolita” como a capital portuguesa precisam de ter unidades de saúde de confiança como o Hospital da Luz.

“O vosso sucesso vai ser também certamente o sucesso da cidade de Lisboa”, acrescentou o autarca.

O Hospital da Luz, que completa hoje 10 anos, vai ter o dobro da dimensão em 2019 e, nos cinco anos seguintes, deverá faturar 350 milhões de euros, revelou à agência Lusa a administradora do grupo Luz Saúde.

A propósito deste aniversário, Isabel Vaz reafirmou que o Hospital da Luz - que considera “o mais bonito e mais moderno de Portugal” - foi “um caso de sucesso” e que, até hoje, “não parou de crescer”.

Há 10 anos, Ricardo Salgado, então administrador do Grupo Espírito Santo (GES), principal acionista do Hospital da Luz, disse que esperava que o investimento do grupo (150 milhões de euros) tivesse retorno ao fim de sete anos. Ao fim de dois, a empresa já tinha lucro líquido e atualmente tem um volume de negócios anual de 155 milhões de euros.

“O hospital basicamente triplicou todas as nossas previsões iniciais”, afirmou Isabel Vaz, recusando a ideia de que este é “um hospital para ricos”.

Com as obras de ampliacão a decorrer, o Hospital da Luz vai duplicar a sua dimensão e produção até 2019, contando para isso com um investimento de 100 milhões de euros.

Nos cinco anos seguintes, a faturação deste hospital deverá atingir os 350 milhões de euros.

Em 2016, o hospital fez 425 mil consultas externas e 110 mil urgências, 16 mil cirurgias e partos e um milhão de exames. O volume de negócios é da ordem dos 155 milhões de euros.