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Empresas não financeiras melhoram indicadores económicos em 2016

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As empresas não financeiras em Portugal registaram em 2016 uma “melhoria generalizada dos principais indicadores”, com o emprego a aumentar 5,1%, a produtividade aparente do trabalho a subir 2,5%, e a rendibilidade a crescer, divulga hoje o INE.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), “em 2016 manteve-se a tendência de crescimento dos principais indicadores económicos do sector empresarial não financeiro”: o número de pessoas ao serviço cresceu 2,5%, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) 5,1% e o excedente bruto de exploração (EBE) 6,9% face ao ano anterior.

“As PME [pequenas e médias empresas] registaram taxas de crescimento do volume de negócios, VAB e EBE consideravelmente superiores às das empresas de grande dimensão” e “o sector do alojamento e restauração registou os crescimentos mais significativos nos principais indicadores económicos, nomeadamente do VAB (+17,0%) e do EBE (+32,3%)”, nota.

No ano passado, a produtividade aparente do trabalho das empresas não financeiras (aferida pelo quociente entre o VAB e pessoal ao serviço) foi de 23,14 mil euros, mais 2,5% que em 2015, com as empresas dos setores da indústria e energia, transportes e armazenagem e informação e comunicação a evidenciarem produtividades acima da média nacional (neste último setor a taxa de crescimento foi de +4,1%).

De acordo com o INE, em 2016 as sociedades representaram 32,4% do total das empresas não financeiras, tendo também registado evoluções positivas nos principais indicadores económicos, com destaque para o VAB e EBE que cresceram 5,4% e 7,9%, respetivamente (4,9% e 5,2% em 2015).

Tal como em 2015, o crescimento do VAB das sociedades não exportadoras (6,5%) superou o das empresas exportadoras (3,1%), sendo que as PME exportadoras, com um contributo de 51,0% para o VAB total das exportadoras, registaram um aumento neste indicador de 4,1%, enquanto nas PME não exportadoras esse acréscimo foi de 7,1%.

No ano passado, 25% das sociedades apresentaram um VAB superior a 77 mil euros, o que o INE diz demostrar “a elevada fragmentação da estrutura empresarial em Portugal”.

A proporção de sociedades com resultados líquidos positivos cresceu 2,2 pontos percentuais (p.p.) face ao ano anterior, concentrando as sociedades de grande dimensão e as exportadoras a maior proporção de sociedades com resultados líquidos positivos.

Num cenário de melhoria generalizada dos principais rácios das sociedades, o indicador da produtividade aparente do trabalho apresenta um melhor desempenho nas sociedades de grande dimensão do que nas PME, tal como as sociedades exportadoras face às não exportadoras.

Ainda assim, a evolução deste indicador face a 2015 foi mais favorável entre as PME (+0,65 p.p.) que entre as grandes empresas (+0,26 p.p.).

Em 2016, os rácios de rendibilidade “mantiveram a tendência crescente, com destaque para o rácio de rendibilidade dos capitais próprios que, para o total das sociedades não financeiras, cresceu 1,0 p.p. face ao ano anterior”.

No ano passado, o INE reporta aumentos de rendibilidade em todos os setores de atividade económica, com exceção da indústria e energia, e aponta valores positivos em todos os rácios de rendibilidade (vendas, ativo e capital próprio).

Os setores da informação e comunicação e do alojamento e restauração destacaram-se com os maiores acréscimos dos rácios de rendibilidade do ativo e dos capitais próprios, enquanto na rendibilidade das vendas o destaque vai para o sector da construção e atividades imobiliárias, que em 2016 atingiu o valor mais elevado de toda a série desde 2008.

O crescimento do rácio de autonomia financeira e a redução dos rácios de endividamento e ‘debt to equity’, revelaram “uma melhoria da situação financeira das sociedades em 2016”, evidenciando as PME uma autonomia financeira superior à das sociedades de grande dimensão, tal como as sociedades exportadoras face às não exportadoras.

No que se refere à taxa de investimento, sofreu uma “redução significativa” entre 2008 e 2012, “tendo começado a mostrar sinais de recuperação a partir daquele ano”.

De 2015 para 2016, as PME e as sociedades não exportadoras foram as que registaram maiores acréscimos na taxa de investimento, enquanto as sociedades de grande dimensão (e de forma menos intensa as sociedades exportadoras) recuaram neste indicador.

Em média, cada sociedade empregou 7,4 pessoas em 2016 - 4,3 homens e 3,1 mulheres -- destacando-se o sector da indústria e energia pela maior dimensão média (16,8 pessoas), mais do dobro do total das sociedades.

Os setores do alojamento e restauração e outros serviços foram “os únicos em que o número de mulheres por sociedade superou, ainda que ligeiramente, o número de homens”, e se o número de pessoas ao serviço registou uma evolução positiva em todos os setores de atividade, os principais contributos vieram dos setores dos outros serviços, da indústria e energia e do alojamento e restauração.