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Financiamento dos partidos

A legislação, recentemente aprovada na Assembleia da República, sobre o financiamento dos partidos políticos suscitou legítimas dúvidas entre a opinião pública e mesmo entre alguns políticos. Escrevi, na altura, que tudo deveria “voltar ao princípio e desta vez com total transparência”. De facto nunca deveriam ter sido negociadas, à porta fechada, questões que envolvem partidos e dinheiro. Foi um erro. Estas matérias devem ser discutidas com coragem e total transparência. Deveremos ter sempre presentes duas questões: os partidos não podem nunca ser injustamente privilegiados e a segunda é que uma boa Democracia tem custos. Os dois Princípios devem ser sempre, e em simultâneo, respeitados.

Eleiçoes no PSD

Espero – e tudo farei para que isso aconteça – que o novo líder do PSD, saído das eleições deste mês, apresente rapidamente duas estratégias simultâneas. Uma, a Estratégia de Oposição ao governo do PS com a extrema esquerda, e a outra – muito mais importante – uma Estratégia para Portugal. É isso que espero do novo líder. Não espero frases sem conteúdo político e medíocres que nada dizem aos portugueses. Também não quero um líder que olhe apenas para dentro do Partido. Aquilo que o meu partido, a nível nacional, tem de apresentar rapidamente é uma Estratégia de Enriquecimento para os portugueses e para Portugal. Uma Agenda que combata a vergonhosa miséria, pobreza e dependência que atinge 30% dos portugueses. Uma Estratégia que contrarie a pobre economia que o País tem e onde o rendimento médio dos português ronda, apenas, os 800 euros o que coloca Portugal no fim da lista dos Países Desenvolvidos. O grande problema de Portugal é a pobreza. Para combater a pobreza temos que criar riqueza. Ou seja, mais economia. É isso que espero que o novo líder do PSD apresente. Se não apresentar será, apenas, uma perda de tempo.

Madeira

Na Madeira vamos – o PSD e o governo regional – manter a aposta no crescimento económico da Madeira. Dos 20% de desempregados em 2013 estamos agora com o desemprego à volta dos 9%. Menos 11 pontos percentuais. Um excelente resultado. Isso só foi possível porque o PSD-Madeira tem um Projeto. Tem uma Estratégia. Tem um cronograma e está a cumprir, no Governo, aquilo que prometeu nas últimas eleições para o Parlamento da Madeira. Estamos a diversificar a economia apesar do Turismo estar a bater recordes (8 milhões de dormidas). Criámos condições para aumentar o número de empresas na Região. Apostamos numa política social-democrata de apoio social onde privilegiamos os mais necessitados. Temos credibilizado as finanças públicas regionais e as Instituições autonómicas. Temos diminuído a carga fiscal às pessoas e às empresas. Temos que continuar, no governo mas também no partido, este rumo de Renovação e de mudança. Ainda com mais determinação e melhor comunicação. Manter o rumo do Futuro com protagonistas políticos do futuro.

A Geringonça

À pergunta se a geringonça vai aguentar, a nível nacional, respondo com a então (infeliz) frase “aguenta, aguenta”. Apesar de irmos assistir a uma maior guerra entre o PCP e o Bloco pois ambos lutam pelo mesmo eleitorado. Mas mesmo essa guerra vai ser “só fumaça”. Já António Costa só tem dois objetivos: chegar ao fim do mandato e ganhar as legislativas de 2019. Isso só irá acontecer se o PSD for incompetente. Espero que não seja e tudo farei para que isso não aconteça. Costa governa o dia-a-dia pagando para não ter problemas nem soluções. Gere apenas. Quanto a ter uma Estratégia para Portugal? “O que é isso de Estratégia?”, pensa Costa.

Europa e Mundo

Os partidos iliberais, que se contentam com “serviços mínimos da Democracia”, estão a crescer na Europa e a mandar em muitos governos europeus. Em Portugal é a extrema esquerda. Na Áustria, por exemplo, é a extrema direita. Passou a ser moda e aceitável. Um erro histórico que vamos pagar caro. A Europa tem que se unir em vez de se dividir. Se não o fizermos passamos a ser uma Região irrelevante perante as outras Potenciais mundiais. Já o Mundo está mais perigoso e dividido. Com o vazio deixado pelos Estados Unidos, cada vez mais isolacionista, outros países como a Rússia, Turquia, Arábia Saudita, Irão e China ocupam o espaço deixado vago na cena internacional. Só que nenhum destes últimos é um modelo de Democracia. Bem pelo contrário. É assim um perigo para a Humanidade. Talvez por isso assiste-se, cada vez mais , a violações dos Direitos do Homem, à impunidade perante Crimes contra a Humanidade, a conflitos, guerras e miséria. Precisamos de apostar mais na Diplomacia da Paz para levar Dignidade a todos os Seres Humanos. Temos que ser mais intolerantes aos intolerantes e àqueles que violam os Direitos Humanos, a Dignidade Humana, as Liberdades e a Democracia.