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Tribunal da Turquia condena jornalistas do diário Cumhuriyet a prisão

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Um tribunal da Turquia condenou a penas de prisão vários jornalistas do jornal diário turco Cumhuriyet, reconhecido como oposição ao regime de Recep Tayyip Erdogan.

De acordo com a agência France Presse, presente na sessão de leitura da decisão judicial de um processo emblemático, o tribunal considerou que os jornalistas ajudaram organizações “terroristas”.

Treze colaboradores do Cumhuriyet, que aguardavam a decisão do tribunal em liberdade, foram condenados a diversas penas de prisão e três outros foram absolvidos.

O proprietário do jornal, Akin Atalay, em prisão preventiva, foi sentenciado a sete anos e meio de prisão e está agora em liberdade condicional, enquanto aguarda o resultado do recurso.

Este processo suscitou inquietação entre os defensores da liberdade de imprensa, que denunciam a multiplicação das pressões contra os ‘media’ sob a presidência de Recep Tayyip Erdogan, em particular após o fracassado golpe militar de julho de 2016.

Os colaboradores do Cumhuriyet são acusados de ajuda a três grupos considerados “terroristas” por Ancara: o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), a organização de extrema-esquerda DHKP-C e o movimento do predicador Fethullah Gülen, a quem as autoridades imputam a tentativa de golpe em julho de 2016.

O Cumhuriyet, um jornal muito crítico de Erdogan, rejeitou em bloco as acusações ao considerar que o poder procura reduzir ao silêncio um dos últimos órgãos da imprensa escrita independentes da Turquia.

A Turquia ocupa o 180º lugar na classificação da liberdade de imprensa estabelecida pela ONG Repórteres Sem Fronteiras.

Em 2015, a publicação diária foi distinguida com o Prémio Liberdade de Imprensa, atribuído pela organização não-governamental Repórteres sem Fronteiras.