Mundo

Trabalhadores da indústria petrolífera venezuelana contra aumento de preços no setor

Foto Reuters
Foto Reuters

Os trabalhadores do setor petrolífero venezuelano vão manifestar-seamanhã nas ruas de Caracas contra a contra a decisão do Presidente Nicolás Maduro de aumentar o preço dos combustíveis, anunciou fonte sindical.

“Condenamos a internacionalização dos preços dos combustíveis. O povo venezuelano não deve pagar a ineficiência, o saque e a corrupção na (estatal) Petróleos da Venezuela SA (PDVSA)”, disse aos jornalistas o secretário-geral do Sindicato de Trabalhadores Petrolíferos e do Gás.

Iván Freitas acrescentou que os trabalhadores contestam o que designam como “oferta” de 1,4 milhões de barris a Cuba, por parte do Governo venezuelano.

A obrigatoriedade de se ser portador do chamado “cartão da pátria”, emitido pelo Partido Socialista Unido da Venezuela, o partido no poder, para ter acesso a combustível a preços subsidiados é outra questão condenada pelos trabalhadores do setor.

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez vários anúncios de âmbito económico na segunda-feira à noite, designadamente que a gasolina será vendida a preços internacionais e insistiu que para se ter acesso a preços subsidiados, os venezuelanos têm que registar a viatura, através de um processo em que se exige ser portador do “cartão da pátria”.

Após o anúncio, o presidente da Datanálisis, empresa de análise de dados, Luís Vicente León, acusou o chefe de Estado de “querer pressionar a classe média a inscrever-se para obter o cartão da pátria, para obter subsídios”.

Luís Vicente León acredita que “a maioria dos venezuelanos pagará a gasolina a preços internacionais” e que o eventual subsídio “é um discurso para reduzir o custo político da medida, mas a sua penetração será claramente minoritária”.

No mesmo sentido, o diretor da empresa de análise de dados Ecoanalítica, Alejandro Grisanti, considerou que o Governo está a “dolarizar a economia”, e advertiu que em virtude dos camiões de mercadorias serem propriedade de empresas, não terão acesso ao “cartão da pátria” nem a subsídios para a gasolina.

Henkel Garcia, da empresa Econométrica, condenou o aumento do preço que disse coincidir com o momento em que os venezuelanos têm os seus rendimentos reais em “mínimos históricos”.

Segundo o economista e deputado José Guerra o chefe de Estado está a aplicar um modelo económico “muito parecido ao cubano, com o peso (cubano) e o peso convertível”, ao fazer uma reconversão económica, que a partir de 20 de agosto retira cinco zeros ao atual bolívar forte e introduz o novo bolívar soberano, conjuntamente com o Petro.

Quanto ao anúncio do aumento da gasolina entende que é “irresponsável”.