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Mogherini quer encontrar solução para a Venezuela que envolva países da região

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A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, disse hoje que a União Europeia (UE) pretende encontrar uma solução para a crise política na Venezuela na qual estejam envolvidos os países vizinhos.

“A nossa posição é clara, procuraremos formas de, caso haja uma oportunidade, a UE ajudar a região a encontrar uma solução para uma das suas maiores crises políticas”, declarou a alta representante do bloco comunitário para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, à entrada para o Conselho dos Assuntos Externos no Luxemburgo.

Federica Mogherini elucidou que pretende perceber se a UE como um todo, com a ajuda dos Estados-membros e dos países da região, consegue criar “as condições para iniciar algum tipo de processo”.

“Estamos extremamente preocupados pela situação no país”, reiterou, revelando que abordou a questão venezuelana com todos os parceiros regionais, nomeadamente com o presidente do Chile, Sebastián Piñera, e com o presidente da Colômbia, Iván Duque.

Na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 28 que decorre hoje no Luxemburgo, estes voltarão a abordar a crise na Venezuela, incidindo no impacto para a região da saída de milhões de venezuelanos do país, mas sem contemplar novas sanções contra o Governo de Nicolás Maduro.

A Venezuela atravessa uma grave crise económica marcada por uma acentuada recessão, hiperinflação e escassez de alimentos, medicamentos e outros produtos básicos, o que provocou um êxodo maciço de venezuelanos.

O país vive igualmente uma crise política e de direitos humanos, com as organizações internacionais a denunciarem prisões políticas, execuções extrajudiciais, tortura, limitações à liberdade de expressão e de imprensa e julgamento de civis por tribunais militares.

A Comissão Europeia anunciou em junho um pacote de ajuda humanitária de emergência de 35,1 milhões de euros para o povo venezuelano e para os países vizinhos, que estão a acolher centenas de milhares de venezuelanos que fogem da crise no seu país.

A UE mantém ainda sanções contra 18 altos cargos venezuelanos por violações dos direitos humanos e actividades contrárias à democracia e ao Estado de direito, além do embargo a armas e um veto a material que possa ser utilizado para “repressão interna”.