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Governo anuncia detenção de seis suspeitos do atentado contra Maduro

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O Governo venezuelano anunciou hoje ter capturado seis suspeitos do atentado de sábado em Caracas contra o Presidente, Nicolás Maduro, que fez sete feridos, três dos quais graves, e assegurou que todos os autores materiais e morais “estão identificados”.

“Temos até agora seis terroristas e sicários detidos, vários veículos apreendidos e foram feitas várias buscas em hotéis da capital do nosso país onde se recolheram importantíssimas provas”, disse o ministro do Interior, Néstor Reverol, em declarações à televisão estatal VTV.

Maduro presidia a um ato oficial por ocasião da celebração dos 81 anos da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) quando, segundo o Governo informou no sábado, foi vítima de um atentado com “objectos voadores de tipo ‘drone’ que continham uma carga explosiva”, do qual saiu ileso.

O atentado ocorreu quando o Presidente venezuelano proferia um discurso, transmitido pela rádio e pela televisão, em que defendia as mais recentes medidas económicas do seu Governo, que são criticadas pela oposição.

A transmissão televisiva mostrou os militares em formação a saírem das filas de forma desordenada e a retirarem do local o ministro da Defesa, Vladimir Padrino.

Hoje, Reverol disse que as investigações “evidenciaram” que o ataque constituiu “um crime de terrorismo e magnicídio frustrado”.

“O que deixa claro que estes terroristas e sicários passaram a um nível superior, aumentando a espiral de violência”, acrescentou.

Segundo o ministro, no atentado foram usados dois ‘drones’ de modelo DJI M600, “concebidos para trabalhos industriais” e com capacidade para “suportar grandes cargas”.

Os objectos não feriram Maduro “graças às técnicas especiais” da Guarda de Honra, encarregada da segurança do Presidente, e à instalação de equipamentos inibidores de sinais que desorientaram os ‘drones’, que se activaram “fora do perímetro planeado pelos sicários”.

No sábado à noite, Maduro acusou do ataque o Presidente cessante da Colômbia, Juan Manuel Santos, bem como a “extrema-direita” daquele país e da Venezuela.

Hoje, os militares venezuelanos declararam a sua “lealdade sem limites” a Maduro, e a oposição demarcou-se dos factos, declarando que a saída da crise deve ser “democrática”.

O alegado atentado ocorreu num contexto de grave crise económica na Venezuela - o país com as maiores reservas de petróleo no planeta -, que se tem traduzido em escassez de todo o tipo de produtos, hiperinflação e numerosas deficiências nos serviços públicos.

Por estas razões, decorrem diariamente no país dezenas de protestos, exigindo comida, transportes, água, electricidade e melhores salários, entre outras coisas.